Os confrontos regressaram este sábado à zona de Mong Kok em Hong Kong, depois de a polícia, o Governo e os líderes dos movimentos pró democracia terem apelado aos manifestantes para dispersarem. A polícia disse ter prendido 19 pessoas, incluindo oito ligadas a redes de crime organizado. Na sexta-feira, as manifestações pró democráticas foram atacadas por homens não identificados que muitos dizem pertencer a gangues criminosos pró Governo. Como consequência disto, muitos grupos de protesto cancelaram as negociações com o Governo.

O chefe do Governo local, Leung Chun-ying, já avisou os manifestantes que todos os protestos devem terminar até segunda-feira, acrescentando que a polícia vai tomar todas as medidas necessárias para garantir que os edifícios governamentais e as escolas irão reabrir na segunda-feira. Leung disse condenar a violência, mas garantiu que esta pode continuar caso a ordem social não seja restaurada. “O Governo e a polícia têm a responsabilidade para tomar todas as ações necessárias para restaurar a ordem social, permitindo assim ao Governo e aos sete milhões de cidadãos recomeçar a sua vida normal”, disse.

Segundo a BBC, o discurso televisivo de Leung Chun-ying pareceu um ultimato. O antigo deputado do Partido Democrático de Hong Kong, Law Chi-Kwong, pediu aos manifestantes para não se deslocarem a Admiralty, avisando-os que se o fizerem devem preparar-se para ser dispersados. Ao South China Morning Post, Lay Chi-Kwong insistiu que o Governo se prepara para agir a qualquer momento.

Apesar disso, milhares de manifestantes começaram a reunir-se na zona de Admiralty, onde se encontra o centro financeiro e a sede do Governo de Hong Kong. A BBC escreve que o protesto deste sábado nessa zona é um dos maiores de sempre.

Na origem destes protestos, que começaram há uma semana, está a insistência da China em escolher os candidatos às eleições de 2017, onde será escolhido o próximo chefe do Governo de Hong Kong. Os manifestantes contestam que isso não irá permitir a realização de eleições livres, pedem a demissão de Leung Chun-ying, que tem o apoio de Pequim e querem que o seu sucessor seja eleito sem antes se sujeitar a um escrutínio do Governo chinês. O Partido Comunista Chinês rejeitou esses pedidos.

 

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