Dez barcos provenientes da Serra Leoa estão desde quarta-feira em quarentena ao largo da ilha cabo-verdiana de Santa Luzia para despistar qualquer caso do Ébola, noticia esta quinta-feira a imprensa cabo-verdiana. Segundo as mesmas fontes, as embarcações de pesca de pavilhão chinês, que se dirigiam à Cabnave para manutenção, tinham como proveniência a Serra Leoa, um dos países mais afetados pela epidemia do Ébola, que já matou quase cinco mil pessoas em África. Por isso, receberam ordens das autoridades marítimas e sanitárias cabo-verdianas no sentido de cumprirem um período de quarentena de 21 dias para despiste do vírus.

Em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, confirmou que o Governo autorizou a entrada dos navios que estavam ao largo da Serra Leoa e não que tiveram contacto com pessoas infetadas. Mesmo assim, o chefe do executivo garantiu que as autoridades sanitárias do país e o Governo estão a tomar todas as medidas necessárias para evitar qualquer contágio.

“Estamos a fazer a devida monitorização da vinda desses barcos. Estarão em quarentena durante o período necessário para despistar contágio na eventualidade de alguma pessoa estar infetada. Damos as garantias que as autoridades sanitárias e o Governo estão a tomar todas as medidas necessárias”, referiu José Maria Neves. “Estamos a acompanhar esta situação com todo o cuidado, para evitar que o vírus do Ébola entre em Cabo Verde. Temos de continuar as atividades económicas, não podemos paralisar o país, mas estamos a tomar as medidas necessárias para que haja todo o acompanhamento e todo o controlo da situação”, prosseguiu.

Esta é a segunda vez que Cabo Verde coloca barcos provenientes da Serra Leoa de quarentena no país para despistar casos de Ébola, depois de o primeiro caso ter acontecido em agosto. Depois de 21 dias, Cabo Verde levantou a quarentena, mas sem detetar qualquer caso da doença. O último balanço da Organização Mundial de Saúde, de 31 de outubro, indica que a atual epidemia da febre hemorrágica Ébola afetou 13.567 pessoas e causou 4.951 mortos desde o início do ano.

 

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