O candidato a secretário-geral do PS, António Costa, acusou este domingo o Governo de ter fracassado porque iniciou funções sem ter uma estratégia para o país: “tinha simplesmente um programa de ajustamento”. O candidato socialista a primeiro-ministro realçou o fracasso do atual Governo, que não diminuiu a dívida, “não acertou ainda numa única meta do seu orçamento e ainda não conseguiu produzir um único orçamento que não fosse contra a Constituição”. António Costa criticou ainda Angela Merkel e disse que Portugal precisa de mais licenciados.

“Porque é que o Governo fracassou e hoje não tem soluções? Porque iniciou funções sem ter uma estratégia. Tinha simplesmente um programa de ajustamento e acreditou que cumprindo à risca esse programa e indo mais além do que a própria troika, produziria o milagre de resolver os problemas estruturais do país”, afirmou António Costa

O candidato socialista a primeiro-ministro, que este domingo se deslocou a Castelo Branco, para uma sessão com militantes socialistas, onde apresentou a agenda para a década, realçou o fracasso do atual Governo, que não diminuiu a dívida, “não acertou ainda numa única meta do seu orçamento e ainda não conseguiu produzir um único orçamento que não fosse contra a Constituição”.

O Governo, acrescentou, “conduziu [o país] à estagnação económica, aumentou brutalmente o desemprego, os níveis de empobrecimento, retomou um ciclo de emigração como não tínhamos desde o 25 de abril, e a verdade é que está neste momento perdido, sem encontrar soluções para a falta de estratégia e ausência de programa”.

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António Costa sublinhou que não é possível ser-se Governo sem ter uma visão estratégica e adiantou que o Governo liderado por Pedro Passos Coelho, “se tivesse uma visão estratégica não estava hoje perdido, sem saber o que fazer perante o fracasso do programa de ajustamento”.

“É isso que o país tem que resolver. Construir a alternativa, não é só substituir a direita pelo PS. É garantir que o próximo Governo do PS fará diferente do que a direita fez”, disse. E, segundo António Costa, a primeira diferença está no facto de que o PS “tem uma estratégia para o país e a direita não tem”.

Críticas a Angela Merkel

O candidato a secretário-geral do PS afirmou hoje que a chanceler alemã “não tem razão” no que respeita à formação em Portugal: “temos ainda licenciados a menos”.

“A senhora Merkel não tem razão, nós não temos licenciados a mais, temos ainda licenciados a menos. O nosso problema não é o excesso de qualificação, o nosso problema é ainda um défice de qualificação e o que nos falta são empregos qualificados para a geração que estamos a formar”, referiu. O futuro líder do PS sublinhou que Portugal tem que ter um rumo e uma estratégia que passa pela aposta na qualificação e na valorização dos recursos.

“Eu sei que não é esta a visão que o Governo tem nem é a visão que muita gente na Europa tem sobre Portugal, mas eles estão enganados”, reiterou.