Berlim lançou mais achas para a fogueira no caso Lux Leaks e marcou posição no debate que está a colocar em causa a capacidade de Jean-Claude Juncker de continuar a liderar a Comissão Europeia, presidência que assumiu há menos de 15 dias.

Um dia depois de Jean-Claude Juncker aparecer publicamente para se defender e tentar dar a volta ao escândalo em torno dos acordos fiscais entre centenas de multinacionais e o Luxemburgo, que lhes permitia reduzir a quase zero (ou mesmo zero) a fatura fiscal, o Governo da Alemanha mostrou que não vai facilitar a vida ao agora presidente da Comissão, mas que durante 19 anos foi primeiro-ministro do Luxemburgo.

“Nem tudo o que é legalmente possível corresponde à necessidade de justiça”, afirmou o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, que, apesar de não referir por nome Jean-Claude Juncker, atacou aquela que tem sido a principal linha de defesa do responsável.

Esta quarta-feira, Jean Claude-Juncker surgiu na conferência de imprensa diária na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, quando não estava previsto que o fizesse, para se defender. Juncker diz que foram sempre cumpridas as leis nacionais e internacionais, mas assumiu que era “politicamente responsável” no caso.

O presidente da Comissão Europeia prometeu ainda esforços renovados para combater a fraude e evasão fiscal.

A Comissão já está a investigar alguns acordos fiscais no Luxemburgo, mas não se estes quebraram a lei nacional, mas antes se estes podem configurar de alguma forma uma ajuda do Estado, o que é considerado uma violação às regras europeias.

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