Pablo Iglesias veio a Lisboa partilhar a receita do sucesso do Podemos e foi a estrela da conferência internacional organizada pelo Bloco de Esquerda. Entre recuperar a ilusão, não tornar a esquerda numa religião, aproveitar a crise, romper o tabuleiro político e criar empatia com o povo, o fenómeno de popularidade espanhol disse a um Bloco em transição que as situações difíceis, “são situações ideais para tentar algo novo”.

Apostado em impressionar em Lisboa, Pablo Iglesias disse que foi difícil arranjar canções ou frases para iniciar o seu partido há nove meses, mas que foi inspirado por uma frase do país vizinho: “O povo é quem mais ordena”. O Podemos elegeu cinco eurodeputados para Bruxelas e ameaça agora o PP e o PSOE nas sondagens sobre as próximas legislativas no país vizinho.

É esta onda que Iglesias veio cavalgar a Portugal, explicando que a esquerda – sem fanatismos religiosos, nem obsessão de marginalidade – deve aproveitar a situação de crise atualmente vivida na Europa para romper com o tabuleiro político, tal como estão a fazer os movimentos eurocéticos e de extrema-direita por toda a Europa. E apesar da diferença entre espanhóis e portugueses, há um sentimento comum segundo o líder do Podemos: “A maioria dos espanhóis e dos portugueses estão de acordo que há uma elite sem vergonha”.

Outro dos ingredientes é a empatia. “A classe política é feia. As pessoas não gostam dele e nós também somos estranhos”, aconselhou Iglesias, dizendo que devem acabar as divisões à esquerda e que o objetivo é ganhar eleições. E este é o momento para concretizar tudo isto. “Há uma oportunidade política, é preciso ter uma oportunidade para assinalar os inimigos do povo” e uma das ferramentas é reavivar o orgulho, neste caso de ser português – ” É o momento do orgulho, não queremos ser uma colónia da Alemanha. É como o Cristiano Ronaldo marcar um golo, mas na política”.

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