A nova Mesa Nacional do BE, eleita na última Convenção, reúne-se hoje e vai debater a questão da liderança do partido e o seu modelo de representação.

Aquele que é o órgão máximo do BE entre convenções reúne-se uma semana depois de a reunião magna dos bloquistas ter terminado sem uma liderança confirmada, devido ao empate entre a lista de João Semedo e Catarina Martins e a de Pedro Filipe Soares, cada uma elegendo 34 representantes para a Mesa Nacional.

Apesar disso, a linha política defendida pelos atuais coordenadores na “moção unitária em construção” recebeu o apoio da maioria dos delegados, com 266 votos, contra os 258 alcançados pela moção “Bloco plural”, encabeçada pelo líder parlamentar Pedro Filipe Soares.

A moção liderada por João Semedo e Catarina Martins defende a manutenção do modelo de “liderança paritária” (um homem e uma mulher), ao contrário da moção de Pedro Filipe Soares, apoiada pelos deputados Luís Fazenda, Helena Pinto e Mariana Aiveca.

A questão da “liderança paritária” é um dos pontos considerados não negociáveis pela moção da anterior direção na discussão que terá lugar na Mesa Nacional, disse à Lusa um dirigente do BE.

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No encerramento da Convenção, ao subir ao palco depois de um empate inédito na história do partido, o coordenador João Semedo convidou todos os eleitos para a Mesa Nacional a encerrarem a disputa interna em nome da unidade.

“A partir da cultura de unidade, a Mesa Nacional deve definir o modelo de representação pública do partido que melhor corresponda ao debate da Convenção e ao resultado das votações que aqui fizemos. É esse o nosso apelo”, afirmou.

Já o deputado e fundador do BE, Luís Fazenda, assinalou no final do conclave no Pavilhão do Casal Vistoso que “a coordenação não é uma figura estatutária e será uma escolha política da Mesa Nacional”.

Questionados pela Lusa, Luís Fazenda e o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, escusaram-se a qualquer comentário, remetendo as suas posições para a reunião de domingo.

Os novos estatutos do BE estipulam que a Comissão Política – que deve manter-se com 16 membros – passa a ser eleita tendo em conta “a proporcionalidade dos resultados eleitorais das diferentes moções”, mas a curta distância de oito votos entre as duas maiores moções não reflete uma diferença no número de eleitos.

Entre as moções minoritárias, que representam 11 dos 79 membros da Mesa Nacional e podem ter um papel crucial caso a ausência de consenso exija uma votação, as opiniões também são diversas, entre os que defendem que deve haver uma direção de quatro porta-vozes e os que pretendem o regresso à figura de um único coordenador.