O Sindicato dos Trabalhadores de ‘Call-Centers’ (STCC) solidarizou-se hoje “com os colegas da PT Portugal de Beja” que foram assistidos no hospital local devido a intoxicações, no início do mês passado.

“O STCC solidariza-se com os colegas da [empresa] PT Portugal de Beja, não só os 79 que deram entrada nas urgências com sintomas de intoxicação, mas também com todos os outros que certamente estão preocupados com a persistência do problema e temem pela sua saúde”, lê-se num comunicado hoje divulgado.

O sindicato alerta que “diariamente em vários ‘call-centers’ deste país se fecham os olhos aos procedimentos mais básicos de higiene e segurança no trabalho” e se ameaça de despedimento caso os trabalhadores falhem os procedimentos da empresa.

“Limpeza de ares condicionados durante horário de trabalho ou simplesmente a inexistência de qualquer limpeza aos mesmos e desinfestações que não respeitam o tempo de quarentena são apenas a ponta do ‘iceberg’ das infrações cometidas pelas empresas”, refere o sindicato, que adverte: “Se nada for feito outros casos como o da PT de Beja se seguirão”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O sindicato afirma que aguarda “resposta das entidades envolvidas no processo” e questiona “o cumprimento das políticas de segurança e higiene no trabalho por parte da PT, e a qualidade dos testes efetuados pela Autoridade para as Condições no Trabalho (ACT)”, acrescentando que após mais de uma semana com o ‘call-center’ encerrado, várias pessoas voltaram a dar entrada no hospital.

“Esperamos que seja dada a devida atenção ao problema para que este esteja completamente erradicado aquando da reabertura do edifício e esperamos também que os colegas não saiam prejudicados deste incidente, nem salarialmente, nem em termos de resultados”, adverte o sindicato, acrescentando que está à disposição de todos os trabalhadores “para agir sindical e juridicamente para que haja justiça e condições de saúde”.

O “call-center” de Beja da empresa PT Portugal, que foi fechado no passado dia 17 de novembro, após dezenas de trabalhadores terem sido levados para o hospital com sintomas de intoxicação, reabriu no dia 24 de novembro com autorização da Direção-Geral de Saúde (DGS) e da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), informou na altura a empresa.

A autorização foi concedida depois de terem sido feitos testes à qualidade do ar do interior do edifício e análises à qualidade da água do “call center” e tomadas medidas recomendadas por aquelas entidades, explicou em comunicado a PT.

A 26 de novembro, dois dias após a reabertura do “call center”, 24 trabalhadores “mostraram sintomas de indisposição”, indicou a empresa, referindo que, depois de uma reunião com a ACT, foi decidido “encerrar as salas onde funciona” aquele serviço, “mantendo-se o restante edifício a funcionar normalmente”.