“No momento em que se ouve dizer que os turistas vêm beneficiar das nossas infraestruturas e não pagam nada por isso é importante dizer que pagam, e pagam mais de um milhão de euros por hora”, salientou o secretário de Estado, numa alusão ao debate sobre ‘taxas e taxinhas’ que tem oposto Governo e PS.

Depois de, no início de novembro, o ministro da Economia, Pires de Lima, ter desafiado o secretário-geral do PS, António Costa, a “resistir à tentação” de criar uma taxa de dormida para turistas em Lisboa, o autarca acabou por apresentar a medida no orçamento municipal da Câmara de Lisboa, motivando críticas do Governo, mas também de várias associações e empresários ligados ao turismo.

“Se forem perguntar ao comércio e aos serviços e à restauração e à hotelaria onde esses 28 milhões de euros são gastos por dia eles certamente dirão que não conseguem hoje viver sem os turistas estrangeiros que nos visitam”, desafiou Mesquita Nunes numa conferência de imprensa após a assinatura de um acordo para promover a cooperação no setor do turismo entre os países do Diálogo do Mediterrâneo Ocidental (Portugal, Espanha, França, Itália, Malta, Argélia, Líbia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia.

O secretário de Estado acrescentou que o setor do turismo em Portugal está a crescer mais do que as médias mundial, europeia e da Europa mediterrânica, depois do ministro da Economia, António Pires de Lima, estimar que o setor cresça este ano mais de 11%.

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Quanto comparado com os seus maiores concorrentes, como Espanha, Portugal está a crescer o dobro, o que Mesquita Nunes justificou com a estratégia de promoção turística que tem sido seguida, que “sendo mais discreta para os eleitores, é bastante menos discreta para os turistas”.

O responsável da pasta do Turismo destacou, por outro lado, as oportunidades de criação de emprego e que não passam apenas pela hotelaria e restauração.

“Entre um terço e metade das ‘startups’ que são criadas em Portugal estão relacionadas com o turismo”, desde novas aplicações para turistas a novas ferramentas de ‘business intelligence’ e novos modelos de gestão para hotéis ou restaurantes, elencou.