Diz-se que ser-se mãe é a melhor coisa do mundo. Mas serão as mães as melhores umas para as outras? Segundo Cate Blanchett, mãe de três, a resposta é simples: Não. As crianças são cruéis, mas as mães aparentemente conseguem ser mais, uma crónica da escritora Margie Warrell na revista Forbes dá a conhecer que a atriz Cate Blanchett tem sido vítima de uma espécie de bullying maternal.

A autora não tem dúvidas, Cate é bonita e já deu provas suficientes para “não se sentir intimidada por ninguém” mas numa entrevista à revista Porter a atriz revela que as mães da escola dos filhos não lhe dão tréguas. Numa recente ocasião, por exemplo, perguntaram: “Porque que é que ela não se penteia, pelo menos?”. É uma “máfia de mamãs”, é a própria que as compara a uma organização criminosa.

“Elas estão a ver como tu és mãe. Não sabem que tu organizas tudo para arranjar tempo para os teus filhos enquanto mãe trabalhadora. Assumem que tu tens ama, motorista e um chef. Quem se importa se tens ou não?”, desabafou a atriz.

Se se pensar que a fortuna da artista está estimada em 36 milhões de dólares, se calhar o mínimo seria que aparecesse penteada na escola dos filhos, mas segundo a autora da crónica é opção de Cate “partilhar a sua vulnerabilidade”. “É um ser humano, que tal como a maioria das mulheres se quer sentir integrada na comunidade escolar dos filhos, que não gosta de ser julgada por falhar”, lê-se.

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A escritora de livros de autoajuda, e também mãe de três, explica que isto até pode fazer as mulheres comuns sentirem-se melhores com as suas vidas.

“Não estamos sozinhas na luta. A verdade é que por mais diferentes que sejamos no exterior, os desafios comuns que nos ligam são mais do que as diferenças que nos separam. Todas nós queremos que os nossos filhos cresçam saudáveis e que vivam vidas recheadas. Todas queremos que conheçam o nosso amor incondicional. Queremos sentir que estamos a fazer um bom trabalho e que mesmo que tenhamos outro trabalho fora de casa que nos impede de estar atrás deles, preferimos acreditar que as nossas escolhas são as melhores(…)”.

Mas é isto que acontece nos grupos de mães? Não. Ao longo da crónica percebe-se que as mães têm a constante necessidade de serem melhores que as outras, que as teorias que cada uma tem se tornam quase dogmas de fé que ninguém pode contrariar. Mas, ao mesmo tempo, procura-se a confirmação e a aceitação dos pares, num mundo onde há  “insegurança, inveja, autojustificação, ressentimento, sentimento de culpa que podem humilhar as mulheres e levá-las a escrutinar e a fazer bullying sobre outras mulheres que têm escolhas diferentes.” Acrescenta ainda que nestes círculos é comum verem-se expressões como: “polícia paternal”, “máfia das mamãs”, “nazis da amamentação”, “mães guerreiras”.

A conclusão desta mãe que apoia a atriz é apenas que as mulheres têm que parar de ser tão rígidas com elas próprias – só desta maneira conseguem deixar de ser rígidas umas com as outras. As mulheres têm que começar a pensar que o “suficiente, é suficiente”.