Em Portugal gasta-se mais em presentes do que em Espanha, Grécia e Rússia — no último Natal cada português gastou, em média, 290 euros. A Irlanda, por seu turno, foi o país mais generoso na época festiva, com um irlandês a tirar da carteira 1.200 dólares (960 euros). As conclusões dizem respeito à edição de dezembro do Global Economy Watch, da PwC, que avaliou o consumo nos últimos dois meses do ano passado.

A época natalícia é uma altura decisiva tanto para lojistas como fornecedores, uma vez que as vendas feitas em novembro e dezembro, quando comparadas com o resto do ano, têm um impacto desproporcional nos negócios. Só em 2013, por exemplo, os gastos totais nas principais economias ocidentais (à exceção do Japão) foram de 445 mil milhões de dólares (360 mil milhões de euros).

Tendo em conta a esfera nacional, o português despende 357 dólares (290 euros), mais do que os gregos (151 euros) e os espanhóis (148 euros). Mas há cicatrizes da crise financeira que ainda não sararam. Os gastos por pessoa em Portugal e em Espanha permanecem baixos desde 2007, o que poderá ser, aponta o estudo, o resultado das políticas de austeridade implementadas no decorrer do abalo financeiro e que incluíram, entre outras medidas, o corte de salários. O caso da Grécia é mais severo: a despesa por pessoa no Natal diminuiu 60% desde 2007.

Nas principais economias ocidentais, o Reino Unido (854 euros) assume o protagonismo máximo e fica à frente dos Estados Unidos (623 euros), cuja despesa individual na época natalícia decaiu 10% quando comparada com os valores 2007, isto apesar do crescimento de 1% nos níveis de rendimento. Não obstante, os EUA lideram os gastos gerais de Natal devido a uma “combinação de ouro” que resulta de um grande número de consumidores e dos seus rendimentos elevados.

O cenário muda quando nos focamos na zona Euro, com França (461 euros) a ser a nação com mais despesa por pessoa registada, seguida da Alemanha (417 euros) e da Itália (371 euros). O Reino Unido e a Alemanha, cujos valores são menos díspares do que aqueles franceses, considerando o leque de tempo 2007-2013, são as grandes economias ocidentais onde o consumo natalício já recuperou da crise.

Um último destaque vai para os dois maiores mercados emergentes onde o Natal é celebrado. Falamos do Brasil e da Rússia, onde as pessoas tendem a consumir relativamente pouco. No entanto, quando se analisa a despesa total ao longo do período festivo, ambos estão no top 10 porque as suas fronteiras albergam um grande número de consumidores.

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