O ex-primeiro-ministro socialista da Grécia, Georges Papandreu, anunciou nesta sexta-feira a criação do Movimento para a Mudança, partido de centro-esquerda, rival dos liberais e do PASOK fundado pelo pai, Andreas Papandreu. Georges Papandreu anunciou hoje o nome da nova formação política grega através da rede social Facebook e referiu que a cerimónia oficial da fundação do Movimento para a Mudança está marcada para sábado, apelando às forças “progressistas” do país.

A dissidência entre os socialistas gregos surge num momento crítico para o PASOK, o partido que dominou a vida política no país durante mais de trinta anos mas que agora luta pela sobrevivência parlamentar. Papandreu, apontado como eterno rival do atual líder do PASOK, Evangelos Venizelos, acusava os socialistas que fazem parte da atual coligação governamental de terem abandonado as reformas empreendidas pelo último governo que liderou, entre 2009 e 2011, durante os primeiros anos da crise económica e financeira que atingiu a Grécia.

Na primeira mensagem difundida pelo Facebook como líder do movimento, cujo símbolo é a tradicional rosa utilizada pelos socialistas, Papandreu diz que a nova formação política pretende captar “as forças que acreditam e que já demonstraram que, com reformas realmente democráticas, a Grécia pode sair finalmente da crise”.

O novo partido já estava a ser preparado há várias semanas, apesar das tentativas do líder do PASOK e vice-primeiro-ministro Venizelos para evitar a rutura com Papandreu, que aspira a ser a “força dominante” do centro esquerda na Grécia, apesar dos vários partidos que tentam ocupar o mesmo espaço.

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Entre eles, o Dimar, que chegou a ser membro da coligação governamental durante um ano e que atualmente está entre a dissolução ou a aliança com os ecologistas, depois de contactos sem resultados com o Syriza. O centro esquerda conta também com o To Potami (O Rio), partido formado pouco antes das eleições europeias de maio de 2014 pelo jornalistas Stavros Theodorakis. Papandreu diz que pretende diferenciar-se de todos os restantes movimentos e partidos de centro esquerda mas, sobretudo, do Syriza que acusa de clientelismo e de estar dominado por “forças antieuropeias”.

As eleições antecipadas na Grécia foram marcadas para o próximo dia 25, na sequência da derrota parlamentar do partido do chefe do Executivo, que não conseguiu vencer nenhuma das três votações para a eleição do nome proposto pela Nova Democracia para o cargo de presidente da República.

A mais recente sondagem publicada na Grécia, que foi feita pela Universidade da Macedónia (Salónica), revela uma vantagem de 4,5 por cento do Syriza em relação aos conservadores da Nova Democracia (29,5 por cento contra 25 por cento), seguidos dos neonazis do Aurora Dourada.

A quarta posição, na mesma sondagem, é ocupada pelos comunistas do KKE, seguidos do To Potami. Em último lugar figura o PASOK, com quatro por centro, acima da barreira mínima dos três por cento. Fora do parlamento, de acordo com a mesma consulta realizada antes do anúncio do novo partido de Papandreu, ficam o Dimar e os nacionalistas do Gregos Independentes.