Mais de nove mil empresas de Portugal exportam atualmente para Angola e cerca de duas mil, angolanas, são participadas por capital português, segundo dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). De acordo com informação prestada à Lusa pela delegação de Luanda da AICEP, as trocas comerciais entre os dois países acenderam em 2013 a 7.000 milhões de euros. Deste total, 3,1 mil milhões de euros foram relativos à exportação de bens e 1,4 mil milhões de euros de serviços, em ambos os casos de Portugal para Angola.

“Nos dez primeiros meses de 2014, comparando com o mesmo período do ano anterior, as exportações portuguesas para Angola já aumentaram 3%. Isto depois de 2013 ter sido um ano absolutamente recorde”, disse o responsável pela delegação da AICEP em Luanda, Luís Moura.

Neste cenário, a introdução em março passado da nova pauta aduaneira angolana, que agrava o preço de alguns produtos importados para fomentar a produção nacional, não terá afetado as exportações nacionais. “Não estamos a cair [volume das exportações]. Por exemplo a exportação de cerveja aumentou”, apontou Luís Moura, referindo-se em concreto a um mercado que as empresas portuguesas disputam com marcas angolanas e que viu os preços agravados com a nova pauta aduaneira.

Com nove mil empresas a exportar para Angola, a aposta em 2015, segundo a AICEP, passa pela indústria e pela instalação de empresas participadas por capital português, juntando-se às duas mil que já operam no país. “É um mercado importante para todos os produtos e para as que já cá estão estabelecidas”, assumiu o responsável da AICEP em Luanda. Além da gama alimentar e da construção, novas áreas começam a ganhar peso nas exportações de Portugal para Angola, como móveis e mobiliário ou produtos farmacêuticos.

Para acompanhar estas relações, no âmbito da visita que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, está a promover a Luanda, foi anunciado para o primeiro quadrimestre a realização de um fórum empresarial, a decorrer na capital angolana. Em simultâneo será lançado um observatório empresarial, igualmente comum, para acompanhar os investimentos de empresas de dois países.

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