Ricardo Salgado, antigo presidente da comissão executiva do Banco Espírito Santo (BES), reafirmou “a sua total disponibilidade para regressar à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) quando e se os senhores deputados assim o entenderem”. Num comunicado emitido nesta terça-feira a propósito das notícias que revelaram “alegadas” declarações produzidas por Francisco Machado da Cruz durante a audição à porta fechada na Comissão Parlamentar de Inquérito, Salgado refere que “toda e qualquer alegada declaração que lhe seja atribuída [a Francisco Machado da Cruz] consiste numa violação das regras definidas pela própria Comissão Parlamentar de Inquérito”.

O ex-banqueiro afirma desconhecer “o concreto teor e o contexto de quaisquer alegadas declarações produzidas nessa audiência” do contabilista da Espírito Santo International (ESI) e conlcui: “por maior que seja a sua [de Ricardo Salgado] vontade de responder às alegadas declarações, mantém o princípio de não comentar depoimentos prestados na CPI, muito menos quando os mesmos são realizados à porta fechada por decisão do senhor Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito. Fá-lo no absoluto respeito institucional pela Assembleia da República”.

Em causa está a contradição entre declarações efetuadas por Ricardo Salgado e por Francisco Machado da Cruz. O ex-líder do BES afirma apenas ter tido conhecimento da ocultação de passivos da ESI em 2013, na sequência de uma auditoria à empresa de que era administrador. Quanto ao commissaire aux comptes afirma que o banqueiro sabia da existência do buraco e das manobras contabilísticas para o esconder que terão começado a ser concretizadas em 2008 quando da eclosão da crise financeira internacional.

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