Vinte e quatro polícias foram detidos pelas autoridades venezuelanos na comissaria de El Valle, em Caracas, por alegado envolvimento em vários delitos, entre os quais dois casos de sequestro de comerciantes.

Num comunicado hoje divulgado, o Ministério Público venezuelano precisa que os polícias pertencem ao Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (antiga Polícia Técnica Judiciária) e que foram detidos na terça e quarta-feira passadas.

Segundo o “comissionado presidencial” para a transformação dos organismos policiais venezuelanos, Freddy Bernal, na última segunda-feira ocorreu o sequestro de um comerciante, que permaneceu dois dias em cativeiro dentro daquela comissaria (esquadra).

Os polícias exigiam 300.000 bolívares (40.700 euros) pelo resgate do comerciante.

Na sequência deste deste caso estão ainda a ser investigados outros sete funcionários policiais suspeitos de ter mantido conversas telefónicas com os companheiros detidos.

Entretanto as autoridades determinaram que os polícias detidos teriam alegadamente participado também no sequestro de um outro comerciante, de nacionalidade africana, pelo qual teriam exigido a mesma quantia para o libertar.

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Fontes não oficiais dão conta que, com frequência, os comerciantes caraquenhos de diferentes nacionalidades queixam-se de que suspeitam do alegado envolvimento de funcionários policiais nos raptos.

Segundo Freddy Bernal, pelo menos três organismos policiais municipais venezuelanos (Zamora, Acevedo e Brión) vão ser alvo de uma medida de intervenção administrativa por alegadas irregularidades.

Entretanto, a imprensa venezuelana avança que também as polícias dos municípios Maturín, Lagunillas, Guaicaipuro, Semprún e de San Fernando vão ser alvo de uma medida administrativa semelhante.

Segundo o diário El Nacional, a Polícia Nacional Bolivariana da Venezuela tem atualmente 600 processos abertos contra funcionários desse organismo.