As forças da Missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no Mali (Minusma) destruíram hoje um veículo da rebelião, no norte do país, através de um ataque aéreo, em resposta a um ataque sofrido.

A Minusma informou que “foi obrigada a recorrer à força em resposta a tiros de arma pesada sobre os ‘capacetes azuis’ em Tabankort (…), conforme o seu mandato, que autoriza o uso da força para proteger as populações civis, o seu pessoal e os seus bens, em caso de ataque ou perigo iminente”.

A força da ONU especificou que “fez disparos de avisos sobre o veículo de onde veio o ataque sobre as tropas terrestres da Minusma posicionadas para proteger a população civil de Tabankort. Apesar dos avisos, os disparos continuaram e os helicópteros de ataque da Minusma reagiram, colocando o veículo em estado de não incomodar”.

A coordenação dos Movimentos do Azawad queixou-se de ter sido “alvo de bombardeamentos aéreos efetuados pela aviação da Minusma”, que “causaram mortos e feridos” nas suas fileiras.

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“Este ataque da Minusma contra os nossos elementos foi perpetrado em apoio direto às milícias fomentadas e equipadas pelo Estado maliano para paliar a implosão do seu exército. Evidencia também a sua falta de neutralidade no conflito”, acusaram os rebeldes.

Em causa estão combates que opõem desde a semana passada em Tabankort, na região de Gao, grupos rebeldes tuaregues e árabes a outros grupos armados, de tendência lealista, caso do grupo de Autodefesa Tuaregue Imghad e Aliados (Gatia).

Alguns destes grupos estão envolvidos nas conversações com o governo do Mali, lançadas em julho de 2014 em Argel e que devem prosseguir nos próximos dias. O Gatia, criado em agosto de 2014, reivindica um lugar na mesa das negociações.

O norte do Mali foi caiu em 2012 sob o domínio de grupos ligados à Al-Qaeda, que foram escorraçados em grande parte pela operação militar ‘Serval’, promovida pela França, que foi sucedida em agosto pela operação ‘Barkhane’, cujo raio de ação se estende ao conjunto da zona do Sahel e do Sara.