O governo moçambicano recorreu ao Fundo Europeu de Desenvolvimento, num montante que pode atingir os dez milhões de euros, para reparar várias estradas danificadas pelas chuvas e inundações das últimas semanas, foi esta quarta-feira anunciado. Pelo menos 86 pessoas morreram, 50 mil estão deslocadas e perto de 140 mil habitantes foram afetados pelas chuvas e inundações registadas nas duas últimas semanas na província da Zambézia, principalmente nos distritos de Mocuba, Namacurra, Nicoadala e Maganja da Costa.
As chuvas e inundações destruíram casas, escolas, centros de saúde e a rede viária na província da Zambézia, tornando a estrada nacional 01 intransitável. A UE e o governo moçambicano mobilizaram o Fundo Europeu de Desenvolvimento para reparações urgentes na estrada nacional 01 entre Mocuba e Nampevo, ponte de Licungo, ponte sobre o rio Muluavi, pontão de Nampevo e ponte sobre o rio Namilate.
Os fundos para esta intervenção estão a ser disponibilizados no âmbito do projecto de desenvolvimento integrado do corredor de Milange-Mocuba, que teve início em 2010 e entrou na segunda fase no ano passado, num montante de 81 milhões de euros, em zonas próximas das áreas afectadas pelas enxurradas.
Numa deslocação a Mocuba, hoje e na terça-feira, o chefe da cooperação da UE em Moçambique, Enrico Strampelli, afirmou que “a intervenção quer responder às necessidades das populações afetadas pelas cheias, mas não é só uma resposta de emergência. Vamos reconstruir, sim, mas vamos reconstruir melhor”.
Os trabalhos começaram a 14 de janeiro, na estrada nacional O1, a norte de Mocuba, na zona da ponte do rio Licungo, em direção a norte. A circulação sobre a ponte de Lugela já foi restabelecida e os trabalhos de limpeza estão a decorrer no sentido da capital do distrito, Lugela.
O serviço europeu para a ajuda humanitária ECHO está a monitorizar a situação e a mobilizar três milhões de euros para uma resposta de emergência às cheias em Moçambique, Malaui e Madagáscar, de apoio às populações mais afetadas com abrigos, água e saneamento, reabilitação dos meios de subsistência e apoio logístico.