Erika Lust tinha um sonho: mudar o conceito e as ideias comuns subjacentes aos filmes pornográficos. Diz Erika que a dinâmica da narrativa passa sempre pela “mulher a servir o homem”, a “mulher a satisfazer o homem”, frequentemente depois de este a ter ajudado numa qualquer tarefa e, portanto, ela presta-lhe um serviço sexual para lhe agradecer. Elas são loiras, esplendorosas, lábios vermelhos, cintura fina, rabo cirurgicamente perfeito e peito avantajado. As mulheres reais são assim? As relações sexuais passam pela satisfação única do homem em prol da subserviência da mulher? Erika diz que não.

A realizadora sueca, radicada em Barcelona, dedica-se ao cinema pornográfico. Com uma particularidade: faz cinema porno para mulheres, assumindo a pornografia mas procurando o “bom gosto”. Para além de retratar a “sexualidade real”, Erika quer que as duas filhas cresçam e aprendam a lidar com a sexualidade sem a “misoginia” e o “chauvinismo” presentes na indústria pornográfica. É isso e muito mais que explica na entrevista, em cima, ao Observador.

Aos 37 anos, com formação em Ciência Política, Erika Lust construiu uma carreira recheada de prémios a partir de Barcelona. Lá dirige uma produtora em que 90% dos funcionários são mulheres, as histórias são construídas a partir de fantasias do público e os filmes estão disponíveis para visionamento na internet. Na Ted Talk que apresentou, chamada “Chegou o momento de mudar a pornografia”, deixou bem vincada a imagem de ativista em prol da pornografia feminista.

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