O ex-diretor do Banco Espírito Santo (BES) Carlos Calvário reconheceu nesta terça-feira, no Parlamento, que em 2009 a exposição do banco ao BES Angola (BESA) fez “soar as campainhas”. A “exposição ao risco soberano da República de Angola apareceu de repente”, frisou o responsável, ouvido na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).

A questão em torno do crédito do BES ao BESA é um dos temas fulcrais ao longo dos trabalhos da comissão, já que a perda de largos montantes de capital, em local indefinido, contribuiu decisivamente para os problemas no GES e no BES. Carlos Calvário está a ser ouvido na comissão de inquérito desde cerca das 15h00 e apresentou na sua intervenção inicial um resumo do seu trajeto profissional desde que ingressou no BES até aos dias de hoje. Atualmente, está no Novo Banco e é diretor coordenador do Departamento Técnico de Imobiliário.

A comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de novembro passado e tinha inicialmente um prazo total de 120 dias, que expirou a 19 de fevereiro. Os trabalhos foram entretanto prolongados por mais 60 dias, aprovaram os partidos por unanimidade.

Os trabalhos dos parlamentares têm por objetivo “apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades”.

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