O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, defendeu esta sexta-feira que a troika poderá dever “reparações” a Portugal caso se confirme que as medidas do programa de resgate prejudicaram o país.

Rui Machete, que não quis alongar-se sobre que tipo de “reparações” Portugal pode reclamar, comentava as declarações do presidente da Comissão Europeia, na quarta-feira, segundo as quais a troika “pecou contra a dignidade” de portugueses, gregos e também irlandeses, reiterando que é preciso rever o modelo e não repetir os mesmos erros.

“Eu interpreto isto por um desejo de facilitar as coisas e de reconhecer que houve aspetos negativos. Eu lembro, por exemplo, as censuras que a troika fez ao aumento do salário mínimo que Portugal precisou, mas evidentemente se isso é verdade devem-nos reparações. Vamos ver”, declarou Rui Machete aos jornalistas no final da segunda reunião informal de chefes da diplomacia do Grupo do Mediterrâneo (Med7), no ministério francês dos Negócios Estrangeiros.

Rui Machete considerou que, “dentro do contexto em que foi proferida, foi uma declaração não muito feliz – há que dizê-lo – mas reconhecendo que, se as coisas tivessem sido pensadas de outra maneira e com outra maturidade, poderiam ter evitado alguns aspetos mais negativos”.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros participou hoje, em Paris, na reunião dos países da orla do Mediterrâneo, nomeadamente Portugal, Espanha, França, Itália, Malta, Grécia e Chipre.

Entre os temas em debate, está a situação política e de segurança que se vive no leste europeu, nomeadamente o conflito na Ucrânia, as ameaças na Líbia, na Síria e no Iraque, e a política europeia de vizinhança, assim como as ferramentas para evitar a radicalização, em particular dos jovens.

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