A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira que, no quadro das análises feitas no contexto do semestre económico, decidiu colocar cinco Estados-membros, entre os quais Portugal, sob “monitorização específica”, por desequilíbrios económicos excessivos.

“Concluímos que cinco países – França, Itália, Croácia, Bulgária e Portugal – apresentam desequilíbrios excessivos que exigem ação política decidida e monitorização específica”, anunciou o comissário dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici.

Numa conferência de imprensa convocada à “última hora” — a divulgação do “pacote económico de inverno”, que dá seguimento ao relatório do mecanismo de alerta de novembro passado, estava prevista apenas para sexta-feira -, o comissário explicou que Portugal foi colocado no grupo de países com desequilíbrios excessivos sobretudo devido à sua elevada dívida.

“Em Portugal, permanecem riscos importantes ligados aos níveis elevados de dívida, tanto internamente como externamente, e alto desemprego, e por isso concluímos que Portugal também deve ficar na categoria de desequilíbrios excessivos”, justificou Moscovici.

No documento que a Comissão Europeia divulgou com a justificação da decisão, pode ler-se também que a situação portuguesa “requer uma ação determinada” ao nível das políticas e uma “monitorização específica”, lembrando que o país está sob vigilância pós-programa”. A Comissão reconhece mesmo assim que foram feitos “progressos consideráveis durante o programa de ajustamento”, mas acredita que existem riscos que merecem atenção redobrada, até pelas pressões colocadas pelo “contexto de baixo crescimento, inflação baixa e desemprego alto”.

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