O PSD e o CDS-PP querem voltar a ouvir no parlamento o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e o chefe do Estado-Maior da Armada sobre a compra do navio polivalente logístico Siroco.

O deputado centrista João Rebelo disse à agência Lusa que os partidos da maioria vão chamar os dois chefes militares à comissão parlamentar de Defesa para que estes possam fornecer “mais informações sobre a necessidade deste meio naval” e as suas “capacidades operacionais”.

João Rebelo não quis comentar diretamente a mudança de sentido de voto do PS na especialidade em relação à Lei da Programação Militar (LPM) – absteve-se quando tinha votado a favor na generalidade – e afirmou que esta discussão se deve à necessidade de esclarecimentos dos deputados da comissão e pela aparente “falta de consenso em relação a esta matéria”.

Na terça-feira, durante a discussão na especialidade da LPM no parlamento, o deputado socialista Marcos Perestrello justificou a abstenção do PS com a falta de discussão sobre o cancelamento da modernização de duas fragatas para dar prioridade à compra do Siroco.

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O deputado do PS defendeu ainda que a compra deste navio devia constar expressamente da nova LPM, que deve ser aprovada em votação final global na sexta-feira.

Uma fonte oficial adiantou à Lusa esta quinta-feira que o Ministério da Defesa está a ponderar a suspensão de todo o processo.

Nos últimos meses têm decorrido negociações com o Estado francês para comprar este navio polivalente logístico em segunda mão por menos de 80 milhões de euros, o preço definido inicialmente pela Marinha francesa.

A compra do Siroco, avalizada por um parecer subscrito pelos quatro chefes militares, implicará o adiamento da modernização de duas fragatas da Marinha, que estava prevista para o período 2015/2016.