Imagens divulgadas este sábado mostram a destruição da antiga cidade de Nimrud, no norte do Iraque, por militantes do grupo Estado Islâmico. No vídeo é possível ver vários homens a destruir com martelos as ruínas da antiga cidade assíria. De seguida, uma enorme explosão parece destruir por completo o local.

https://www.youtube.com/watch?v=D23tLvZnbxk

Em março, o Ministro do Turismo e das Antiguidades iraquiano tinha anunciado que o Estado Islâmico tinha começado a atacar Nimrud. O vídeo, recentemente divulgado, vem confirmar essa informação.

Alegando que não se devem adorar santuários ou imagens, o grupo terrorista tem vindo a destruir aos poucos o património cultural iraquiano. A iniciativa faz parte de um esforço para combater a influência ocidental e de outras culturas no Iraque. Para além de Nimrud, o Estado Islâmico já destruiu o Museu da Civilização de Mossul, que continha grande parte dos artefactos encontrados em Nimrud, e a antiga cidade de Hatra, a capital do primeiro Reino Árabe.

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A cidade de Nimrud, fundada há mais de três mil anos, era a joia do império assírio, que ficava localizado no atual norte do Iraque, entre o rio Tigre e a cordilheira de Zagros. As suas ruínas eram consideradas um dos achados arqueológicos mais importantes do século XX.

A antiga cidade, considerada Património Cultural da Humanidade pela UNESCO, foi explorada pela primeira vez por arqueólogos ocidentais em 1820. Desde então, seguiram-se várias escavações. Era considerada um dos locais arqueológicos mais importantes do país e era muitas vezes descrita como o berço da civilização.

Ao Telegraph, Abdulamir Hamdani, arqueólogo da Universidade de Stony Brook, em Nova Iorque, explicou que “Nimrud era a capital da Assíria, durante a nova era assíria”. “É um local muito importante para a história da Mesopotâmia. Uma grande parte dos tesouros artísticos da Assíria vieram deste local”, acrescentou.

Os artefactos mais importantes tinham sido levados para os museus de Mosul, Bagdad, Paris e Londres. Porém, as famosas estátuas lamassu, uma entidade assíria em forma de touro alado com cabeça humana, permaneciam no local.