A taxa de inflação homóloga na zona euro subiu para terreno positivo pela primeira vez em seis meses. Os economistas dizem que, muito graças aos estímulos monetários anunciados pelo Banco Central Europeu (BCE), está a “evaporar” a ameaça de deflação.

Os preços subiram 0,3% em maio, segundo estimativa divulgada esta terça-feira pelo Eurostat, o que não só marcou um regresso a um valor positivo (que diz respeito à evolução homóloga) mas também superou a taxa de inflação de 0,2% prevista, em média, pelos economistas sondados pela Bloomberg nos últimos dias.

Em abril, a taxa de inflação tinha sido de 0,0%. Os preços da energia continuam a cair de forma acentuada (-5%) em maio, mas trata-se de um recuo menos expressivo do que foi registado nos últimos meses – em janeiro a queda homóloga era de 9,3%.

A taxa de inflação subjacente (core), uma leitura que exclui os preços da energia, dos produtos alimentares frescos, do álcool e do tabaco, subiu 0,9% – o ritmo de aceleração de preços mais rápido dos últimos oito meses.

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O economista Marco Valli, do UniCredit, diz, citado pela Bloomberg, que “a ameaça de deflação se evaporou”. Já Teunis Brosens afirma que “os rumores acerca da morte da inflação na zona euro podem ter sido manifestamente exagerados”, escreve o economista do ING em nota enviada aos clientes a que o Observador teve acesso.

Teunis Brosens diz que “são necessários mais dados para confirmar que estamos a voltar a uma taxa de inflação mais saudável mas, para já, estes números traçam uma imagem de uma economia da zona euro a recuperar gradualmente e as políticas de expansão monetária a terem o efeito desejado”.

O BCE idealiza uma taxa de inflação “próxima, mas abaixo, de 2% no médio prazo”. O conselho de governadores do BCE reúne-se quarta-feira para o seu encontro periódico para definir a política monetária.