O ator português Heitor Lourenço foi confundido com um terrorista em Paris, esta terça-feira, uma situação caricata que aconteceu dias depois de três atentados terem abalado o mundo (em França, na Tunísia e no Kuwait). A história passou-se a bordo de um avião da companhia aérea Transavia, que ia iniciar a ligação entre Paris e Lisboa, e que acabaria por ser evacuado devido a um mal-entendido.

Devido a problemas técnicos e à falta de combustível, tal como conta a SIC, o voo foi adiado, pelo que Heitor Lourenço e os restantes passageiros ficaram retidos no avião durante algumas horas. À semelhança do que costuma fazer noutras viagens, o ator começou a meditar. Resultado? Foi confundido com um terrorista, com intenções de detonar uma bomba a bordo, e chegou a ser detido pela polícia no aeroporto de Paris.

“Quando ponho o pé nas escadas do avião estavam várias pessoas a olhar para mim. A polícia do aeroporto de Paris agarrou em mim, um polícia de cada lado a segurar-me nos braços, e puseram-me dentro do carro da polícia. Disseram-me que tinha sido denunciado por suspeitas de terrorismo a bordo e que tinha estado a recitar o Corão em voz alta. Que estava a ler um texto que envolvia as palavras morte e bomba”, disse em declarações à SIC.

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Segundo o que o Heitor Lourenço contou à SIC, foram os passageiros ao seu lado que o denunciaram e que fizeram com que o piloto ordenasse que todos saíssem do avião. Uma vez escoltado pela polícia parisiense, o ator só ficou a conhecer os motivos da detenção no interior da esquadra, em Orly, onde ficou retido durante seis horas.

Acontece que o texto que estava a ler, e que servia para orientá-lo na meditação, continha carateres tibetanos e foi, por isso, confundido com o árabe do Corão. Já a dita “contagem decrescente” dizia respeito ao facto de o ator estar a cronometrar o tempo de meditação no tablet.

Segundo Heitor Lourenço, as forças policiais só chegariam à conclusão da verdadeira identidade do português quando descobriram vídeos na Internet onde se tornou claro que este era uma figura conhecida da sociedade nacional. Mas a Wikipédia também serviu como fonte de informação, através da qual os agentes confirmaram que o português estava referenciado como budista.

O ator não se livrou de ser citado num processo formal e espera agora que as autoridades arquivem o caso.