O Film Society do Lincoln Center, o centro cultural mais importante de Nova Iorque, acolhe, a partir de sexta-feira e durante uma semana, uma mostra dos filmes do realizador português Pedro Costa.
Num ciclo com o título “Let Us Now Praise Famous Men: The Films of Pedro Costa”, a instituição vai mostrar um documentário sobre o realizador, oito filmes da sua autoria e seis filmes escolhidos por ele.
O realizador estará presente para apresentar alguns dos filmes e para responder a questões da audiência no final de outros.
Na apresentação da iniciativa, que o Lincoln Center justifica com o lançamento nos Estados Unidos do último filme de Costa, Cavalo Dinheiro, a instituição diz-se “orgulhosa por apresentar esta pesquisa abrangente do mundo cinematográfico deste mestre moderno.”
“Olhe para qualquer um dos filmes do realizador nascido em Lisboa Pedro Costa, de 56 anos, cujo trabalho inclui oito longa metragens e uma mão cheia de notáveis curtas, e vai encontrar algo excitante e raro no cinema contemporâneo”, escreve a organização.
A iniciativa começa esta sexta-feira com a exibição do filme Casa de Lava (1994), que será apresentado pelo realizador.
Nos seis dias seguintes será apresentado um documentário realizado por Aurélien Gerbault sobre o processo de filmagem de Costa no Bairro das Fontainhas em Lisboa, intitulado All Blossoms Again, e outros sete filmes de Costa: Juventude em Marcha (2006), Cavalo Dinheiro (2014), No Quarto da Vanda (2000), Ne Change Rien (2009), O Sangue (1989), Ossos (1997), Onde Jaz o Teu Sorriso? (2001).
Quanto aos filmes selecionados pelo realizador, o Lincoln Center diz que “se existe um denominador comum entre o trabalho de Costa e o seu gosto em filmes é a sua atracão pelos marginalizados, fantasmagóricos, esquecidos, e olhados por alto.”
Costa escolheu duas películas de realizadores portugueses: Os Verdes Anos (1963, Paulo Rocha) e Trás-os-Montes (1976, António Reis e Margarida Cordeiro).
A seleção fica completa com Daïnah la métisse (1932, Jean Grémillon), Not Reconciled (1965, Jean-Marie Straub e Danièle Huillet), Land of the Pharaohs (1955, Howard Hawks e The Fearmakers (1958, Jacques Tourneur).
Chamando os dois último trabalhos de Costa, “Cavalo Dinheiro” e “Juventude em Marcha”, “algumas das glórias do cinema moderno”, o Lincoln Center conclui a apresentação dizendo que “os rótulos fogem destes filmes: são formalistas, mas pulsam com vida e calor; são ascéticos, mas também profundamente expressivos; são pacientes, mas possuem ímpeto e forte sentido de ritmo”.
A mostra termina no dia 23 de julho, mas “Cavalo Dinheiro” poderá ser visto no Lincoln Center por mais uma semana, até dia 30 do mesmo mês.