No jornalismo aprende-se a não arrancar um texto pelo passado, ensinam-nos a irmos diretos ao que interessa, ao que aconteceu, à notícia. Mas esta história obriga-nos a rebobinar o tempo e a começarmos por 2013. Porque, nesse ano, foi eleita uma nova direção na Federação de Basquetebol da Rússia (FBR). Uma senhora chamada Yulia Anikeeva virou presidente e Svetlana Abrosimova, uma antiga jogadora, que chegou à WNBA, perdeu. Mas não se calou: a derrotada sempre apontou o dedo à vencedora, acusando-a de cometer ilegalidades no processo de votação. Críticas, queixas e cada uma puxar para seu lado, foram assim os últimos dois anos na federação russa.

Até que, há meses, um tribunal de Moscovo decretou que a FBR teria de realizar uma assembleia extraordinária para eleger um novo presidente. A entidade apelou para outro tribunal da capital russa, mas nada feito, escreve o Sports Express, um diário do país. O problema é que a FIBA, a entidade que rege o basquetebol mundial, não achou piada a este vai-não-vai de polémicas e, em julho, já tinha avisado os russos que iria fazer algo quanto a isto. Mas a federação não se importou e agendou para 25 de agosto as tais eleições extraordinárias. A FIBA, como tal, fez jus ao aviso e, esta quarta-feira, enviou uma carta à FBR a informá-la que está suspensa de todas as competições internacionais da modalidade.

E o caldo entornou-se a sério. “A carta mostra que a Rússia já não faz parte da lista de membros da FIBA”, confirmou Sergey Chernov, dirigente russo que é membro do comité executivo da entidade, em declarações à Tass, agência de notícias do país. Chernov sublinhou que o Ministério do Desporto e o Comité Olímpico russos já “estão a estudar formas de resolver o problema”, já este não é nada pequeno — em setembro realiza-se o Campeonato da Europa de basquetebol, que conta para o apuramento rumo aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Logo, caso a suspensão se mantenha, a Rússia corre o risco de não competir nessas provas.

A única exceção é a seleção feminina de sub-18, que já se encontra na Eslovénia, em estágio, a preparar o Europeu da categoria, que arranca na sexta-feira, 31 de julho.

O país, de acordo com o que hoje mostra o ranking da FIBA, tem a sexta melhor seleção de basquetebol do mundo, atrás da França, Lituânia, Argentina, Espanha e dos EUA, que lideram a classificação. Portugal, já agora, está na 55.ª posição.

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