A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, reiterou que a Grécia precisa de uma reestruturação da dívida pública para concluir o terceiro programa de ajustamento económico e financeiro com sucesso.

Numa conferência ‘online’ através de Washington, Christine Lagarde lembrou que o FMI considerou que a dívida pública da Grécia é insustentável, numa análise feita há cerca de duas semanas.

“Tenho afirmado repetidamente que para a Grécia ser bem-sucedida e para que o seu programa [de ajustamento económico e financeiro] produza resultados é necessária uma reestruturação significativa da sua dívida”, reiterou hoje a diretora-geral do FMI.

Para Christine Lagarde, esse é um dos pilares para impulsionar a recuperação económica e financeira da Grécia, bem com a necessidade de implementar reformas estruturais, de consolidação orçamental e de criar condições de financiamento.

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A diretora-geral do FMI considerou que esses são os pontos-chave para fazer com que a economia grega “dê a volta” e volte a ganhar “soberania financeira”, ou seja “regresse aos mercados sem qualquer suporte” institucional.

Questionada sobre como vê a oposição do Governo grego ao terceiro programa de ajuda financeira, com o primeiro-ministro Alexis Tsipras a afirmar que não acredita no texto, a ex-ministra das Finanças francesa disse que “o barulho político é muitas vezes uma necessidade”.

“Eu própria já estive na política e há muita coisa que se diz, mas o que importa no final do dia é o que é feito”, afirmou.

Christine Lagarde considerou ainda que o Governo grego “mostrou a determinação” para aprovar as medidas que acompanham o programa no parlamento e que agora é importante ver como é que essas medidas são implementadas.

“Isso é que demonstra que o programa pertence às autoridades gregas”, disse.

No início da conferência ‘online’, e antes de responder a perguntas enviadas pelos jornalistas, a diretora-geral do FMI fez um pequeno resumo das perspetivas para a economia mundial.

Referindo-se à zona euro, Christine Lagarde considerou que “apesar da situação na Grécia” a economia do conjunto dos 19 da moeda única está a dar sinais positivos, devido também à recuperação dos países que concluíram os seus programas de ajustamento, como a Irlanda e Portugal, “que estão a começar a alcançar melhores resultados”.