O principal banco da Venezuela reduziu de cinco mil para três mil bolívares (de 22,73 para 13,63 euros) a quantia que pode ser levantada diariamente na sua rede de caixas multibanco, segundo informação na sua página na Internet. A medida aplicada pelo estatal Banco de Venezuela, que tem uma quota de mercado de 20%, está a causar polémica entre os seus clientes e foi adotada quando rareiam as notas de valor mais elevado, de 100 bolívares.

A redução da quantia a levantar diariamente ocorre ainda quando os analistas económicos defendem que o Banco Central da Venezuela imprima papel-moeda de maior valor fiduciário, face à subida constante dos preços dos bens de consumo.

Segundo José Vicente León, diretor da empresa Datanalisis, “perante a inflação galopante, as pessoas levam grandes maços de bilhetes nas algibeiras”, situação que contribui para aumentar o sentimento de insegurança vigente, com a continuação do elevado número de assaltos.

A limitação de levantamentos nas caixas multibanco agora imposta suscita ainda críticas da população, que se queixa que a redução impede ter dinheiro suficiente para fazer face a situações inesperadas, como a compra de um produto que escasseia no mercado e entretanto chegou a um estabelecimento comercial.

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Desde 2003 que existem na Venezuela três taxas de câmbio oficiais e uma que é praticada no mercado paralelo. As três taxas oficiais são utilizadas consoante os fins a que destinam.

No caso de ser para pagamento de importações de produtos prioritários, feitas pelo Estado venezuelano, utiliza-se a taxa de 6,30 bolívares por cada dólar, mas se for para levantamento de dinheiro em caixas multibanco, com cartão de débito ou crédito estrangeiro, a taxa considerada sobe para 12 bolívares.

Para os restantes casos, a taxa cambial utilizada é de 199,96 bolívares por cada dólar. No mercado paralelo, a cotação sobe substancialmente, tendo fechado a semana nos 700,99 bolívares.