As greves na TAP causaram a ira dos passageiros e acenderam a discussão com o Governo, mesmo antes da decisão sobre a privatização. Mas os efeitos não se ficaram por aqui. Por causa dos prejuízos, a Parpública foi obrigada a reforçar as provisões em 113,8 milhões de euros, de acordo com o relatório e contas relativo ao primeiro semestre do ano, que a holding do Estado divulgou na segunda-feira.

Pela negativa há a assinalar a necessidade de reforço das provisões em 113,8 milhões de euros, essencialmente para fazer face à evolução dos capitais próprios do Grupo TAP que, no semestre passaram de -511,8 milhões de euros para -631,0 milhões de euros”, lê-se no relatório.

As greves “anunciadas e efetivas” fizeram com que os prejuízos da empresa crescessem 71% e atingissem 142,9 milhões de euros, quando no primeiro semestre de 2013 se fixaram em 83,4 milhões de euros. Mas a atividade de manutenção desenvolvida no Brasil também contribuído para este agravamento.

No geral, o volume de negócios das empresas do grupo Parpública ultrapassou 1,7 mil milhões de euros, devido sobretudo às atividades relacionadas com águas e resíduos, que cresceram 3,8% e ao facto de a Estamo Participações Imobiliárias ter duplicado as vendas no semestre. Os gastos e perdas operacionais também cresceram 2,8% por causa da reposição dos cortes salariais.

“De forma mais acelerada, cresceram os custos das empresas do Grupo TAP, facto a que não são alheias as perturbações ocorridas com as greves que assolaram a empresa que, entre outras consequências, geraram custos acrescidos”, lê-se.

Apesar de o EBITDA (resultados antes de impostos) consolidado ter crescido 16,8% e atingido 319,9 milhões de euros, as greves na TAP conduziram as atividades operativas a uma evolução “fortemente negativa” – passou de 265,8 milhões de euros para 187,3 milhões, fazendo com que o EBITDA da empresa caísse de -1,5 milhões para -68,8 milhões de euros.

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