O volume de vendas de produtos alimentares e de grande consumo aumentou 2% entre Abril e Junho, atingindo assim 2521 milhões de euros, depois de nove meses a cair consecutivamente, explica esta manhã o jornal Público. Os portugueses consumiram mais produtos frescos, como fruta, legumes ou carne, que representam, agora, 35,8% do total dos gastos, o que representa, por sua vez, uma evolução de 0,2 pontos percentuais face ao período homólogo.

Para além disto, os artigos de higiene e de limpeza contribuíram também para este aumento, subindo a sua quota de 13,1% para 13,5% no segundo trimestre. Referência também para os congelados que valem agora 6% das compras, com mais 0,1 ponto percentual.

Os números foram divulgados esta quarta-feira através do barómetro de vendas da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), que refere ainda que não só o volumes de vendas aumentou como o preço médio cresceu 0.9%. Ou seja, mesmo tendo as promoções uma importância acrescida na escolha dos produtos a comprar (valem já 41% das vendas quando no ano passado valiam 36%), os supermercados estão mais caros. Quem o diz é Ana Isabel Trigo de Morais, diretora-geral da APED, em declarações ao Público. Estes dados indicam que os portugueses estão a deslocar-se menos vezes às lojas, mais concretamente menos 4%, mas estão a gastar mais 4,5% em cada compra.

Apesar das dificuldades em comparar estes números com os de anos anteriores, Ana Trigo de Morais não hesita em afirmar que “o mercado está próximo dos níveis de consumo de 2010 e 2011 e antes da crise.” Recorde-se que entre 2009 e 2010 este setor conseguiu manter as vendas e seguiu uma estratégia de expansão, até que, em 2011, registou-se uma quebra de consumo e evoluções tímidas.

Uma curiosidade, e em sentido inverso: o consumo do leite, que sofreu uma queda, numa tendência que já se verifica há cerca de três anos. “Na verdade há uma queda na venda de leite e uma resistência à compra de produtos derivados. Isto é mais do que uma mera circunstância de mercado”, refere a diretora-geral da APED. Ou seja, o fato de se beber menos leite em Portugal “já não é uma tendência é uma realidade”.

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