“Durmo totalmente descansado com estes acordos de esquerda”. Foi assim que o candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa comentou o Governo do PS com o apoio do PCP e BE, numa entrevista à SIC em que fugiu a questões concretas como, por exemplo, se teria dissolvido o Parlamento em 2004 como fez Sampaio.

O ex-reitor da Universidade de Lisboa declarou ver o atual “ciclo político com esperança”. “Estou confortável”, respondeu, embora realçando que “nunca” será o candidato de António Costa, negando que alguma vez lhe tenha pedido apoio ou que aquele o tenha prometido. “A minha marca chama-se imparcialidade”.

Sampaio da Nóvoa fez questão de dizer que Cavaco Silva não tinha outra alternativa senão empossar Costa e considerou, por isso, que se já estivesse em Belém “daria posse a um governo de maioria parlamentar em todas as circunstancias vindo essa maioria de onde viesse, quer fosse branca ou preta, amarelo ou verde”.

“Vou ser um Presidente alinhado com os governos que os portugueses escolherem”, garantiu, prometendo solidariedade aos primeiros-ministros. “No que depender de mim, António Costa cumprirá a legislatura”, afirmou, defendendo que “sem estabilidade, não há capacidade de fazer reformas”. “O que me interessa é estabilidade e não estagnação, é a capacidade de haver um Portugal diferente. Já há demasiadas fraturas neste Portugal. Não precisamos de mais instabilidade e crispação”, disse.

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Sampaio da Nóvoa, que defende uma reestruturação da dívida, considerou ainda que há “um conjunto de normas e regras no plano europeu que têm que ser revistas” e que “não tem medo dos mercados”.

Aos seus adversários, deixou algumas farpas. “Marcelo Rebelo de Sousa representa uma visão das políticas do antigamente, da austeridade, representa as forças políticas que levaram o país onde estamos hoje”. Já sobre a candidatura de Maria de Belém Roseira, lembrou que esta foi presidente do PS e que o que os distingue é o facto dele, Nóvoa, ser independente dos partidos.

“Não venho em nome de intrigas ou ajustes de contas partidários”, afirmou, defendendo um país da “cultura e da educação”.