Jerónimo de Sousa afirmou esta quinta-feira que, ao contrário do que terá feito o Bloco de Esquerda, o PCP não vai “reconsiderar” e vai manter a promessa eleitoral de lutar pelo salário mínimo nacional de 600 euros em 2016.

“Neste momento, não houve uma convergência verificada e, consequentemente, um compromisso, designadamente pelo PS, mesmo com a reconsideração do BE, que fez campanha a bater-se pelos 600 euros e depois reconsiderou. O PCP considera que é de inteira justiça e profundamente necessário manter esta proposta e lutaremos para que seja alcançada. Não houve convergência em relação ao modo e à forma”, afirmou no dia em que vai decorrer a primeira reunião do Governo com os parceiros sociais.

À margem de uma receção à Associação Nacional de Freguesias (Anafre), na sede nacional do PCP em Lisboa, Jerónimo de Sousa confirmou que o PCP vai manter a sua iniciativa, mesmo frisando que “quem tem a última palavra é o Governo”.

Segundo o líder comunista, “em relação à Concertação Social, há que não esquecer que quem tem a última palavra é o Governo, que deve assumir essa responsabilidade”, criticando a forma “como se procura hipervalorizar a Concertação Social, que tem servido de biombo para sucessivos Governos imporem as suas medidas”.

“Nós avançámos com uma iniciativa legislativa visando o aumento do salário mínimo para os 600 euros. Foi um compromisso que assumimos durante a batalha eleitoral. Consideramos que não só é necessário como possível esse aumento. É inaceitável que hoje centenas de milhares de trabalhadores trabalhem empobrecendo. À pala do emprego, foram sacrificados direitos fundamentais, designadamente uma vida mais digna”, continuou.

O dirigente do PCP recordou ainda não se tratar de uma “medida isolada” e que o seu partido também tem em conta as “dificuldades das pequenas e médias empresas”, nomeadamente os seus “custos de produção”, propondo igualmente a redução do IVA na energia, por exemplo.

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