O presidente do Governo espanhol em funções, Mariano Rajoy, declarou esta quinta-feira que vai apresentar-se a votação no parlamento para ser reeleito, apesar das dúvidas que surgiram devido à falta de acordos do PP com outras forças políticas.

“Evidentemente que vou apresentar a minha candidatura [para votação de investidura no Congresso dos Deputados]. Mais de sete milhões de espanhóis votaram em nós e sinceramente acredito que, na situação em que estamos, um pouco de sensatez e compostura é bem-vindo”, disse hoje Mariano Rajoy pouco antes de um evento no Museu do Prado, em Madrid.

O PP ganhou as eleições gerais espanholas de 20 de dezembro sem maioria absoluta, conseguindo 123 deputados contra os 90 do PSOE e os 69 do Podemos e das suas três “formações irmãs” regionais.

No entanto, os socialistas do PSOE já manifestaram a intenção de formar uma aliança de esquerdas “à portuguesa” e afastar a força política mais votada nas eleições. Por isso mesmo está a negociar com o Podemos e outras forças um eventual acordo, enquanto o PP tem insistido na necessidade de uma “grande coligação” entre os dois principais partidos, à imagem do que sucede na Alemanha.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Essa opção pode ser crucial para os “populares” espanhóis porque mesmo com o apoio do Ciudadanos (centro-direita) não conseguem chegar aos 175 deputados da maioria absoluta.

As dúvidas sobre se Rajoy se deve apresentar a votação para presidente do Governo no parlamento espanhol têm surgido nos últimos dias, incluindo dentro do seu próprio partido.

Rajoy, que na sexta-feira é recebido em audiência pelo Rei de Espanha (que tem ouvido todos os partidos após a formação do parlamento, na semana passada), disse que vai reafirmar a Felipe VI a sua intenção de se apresentar a votos no Congresso dos Deputados.

O presidente do PP também atacou Pedro Sánchez por este optar por uma solução de esquerdas como em Portugal, afirmando que o secretário-geral do PSOE está a paralisar as negociações de que Espanha precisa.

A situação de paralisia na política espanhola, afirmou Rajoy, está a transformar-se num “espetáculo pouco edificante”.