Os ministros da Administração Interna da União Europeia deixaram ontem, em Amesterdão, um sério aviso à Grécia, pela forma como está a lidar com crise dos refugiados – sem conseguir controlar a saída destes para outros pontos da Europa.

O ministro alemão Thomas de Maizière e a austríaca Johanna Mikl-Leitner foram particularmente diretos na crítica: a Grécia pode mesmo sair do espaço Schengen se não conseguir proteger as suas fronteiras. O germânico disse que os helénicos têm que fazer o “seu trabalho de casa”, alertando que “o tempo está a terminar”, cita o Politico.

Já Mikl-Leitner dedicou palavras mais duras à situação nas fronteiras gregas, que são uma das entradas preferenciais utilizada pelos refugiados. A austríaca tinha já afirmado durante o fim de semana, ao jornal alemão Die Welt, que se Atenas não cumprir com as suas obrigações será necessário “discutir abertamente a exclusão temporária da Grécia de Schengen”. À saída da reunião de ontem, Leitner voltou a reforçar estas declarações ao explicar que, se as medidas de proteção da fronteira entre a Grécia e a Turquia não forem bem sucedidas, então o cenário da saída grega de Schengen volta a colocar-se.

A ministra considera um “mito” dizer-se que a fronteira da Grécia com a Turquia é impossível de proteger porque, diz, a marinha grega é uma “das maiores da Europa”.

Também o ministro da Administração Interna sueco, Anders Ygeman, falou sobre o assunto, mas sem se referir a uma expulsão – antes de uma limitação: “Se um país não cumprir as suas obrigações, temos de limitar as suas ligações com a área de Schengen”.

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Mas a solução mitigada não convence o responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier: estas “soluções fingidas” não vão “ajudar ninguém a avançar” na resolução da crise dos refugiados, afirmou esta segunda-feira.

Ainda no fim de semana, e antes destas declarações, o comissário para as migrações da Comissão Europeia, o grego Dimitris Avramopoulos, assegurou a uma televisão grega que “não existe tal plano” de expulsar a Grécia de Schengen.

No encontro em Amesterdão foi também discutida a extensão das medidas de controlo nas fronteiras nacionais introduzidas em países como a Alemanha, Suécia e Áustria.