Portugueses radicados na Venezuela manifestaram este sábado preocupação pela falta de um conselheiro social e de um oficial de ligação entre as polícias portuguesa e venezuelana, que foram “deslocalizados” em 2015, mas que não foram substituídos.

As preocupações foram manifestadas ao secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, por conselheiros e representantes de vários clubes lusitanos, tendo em conta as difíceis condições de vida de alguns emigrantes portugueses e a insegurança.

Questionado sobre estas queixas pela agência Lusa, José Luís Carneiro explicou que existiu de “facto”, na embaixada de Portugal em Caracas, “um conselheiro social, até 2015”, que depois foi “deslocalizado para o Brasil”.

“É, portanto, uma preocupação que levo porque numa circunstância como aquela que estamos a viver na Venezuela, de carência social, de carência económica, é mais do que justificado termos que encontrar uma solução para corresponder a essa retirada desse funcionário”, disse.

Por outro lado, explicou que também há, de parte da diplomacia portuguesa local, preocupação quanto ao oficial de ligação entre as polícias portuguesa e venezuelana.

“Um outro funcionário da Polícia Judiciária, que acompanhava (os portugueses) em muitas diligências, nomeadamente ligadas à segurança, também foi retirado e constitui uma preocupação da Embaixada (de Portugal) podermos garantir, se for possível, esse apoio que existiu até 2015”, disse.

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Sobre as questões que lhe foram colocadas pela comunidade lusa, precisou que foram também “as preocupações que são já do domínio público”.

“A falta de bens alimentares, de medicamentos e o sentimento de segurança com casos concretos que me foram sendo relatados ao longo desta visita e depois um relativo impasse político que existe no país, tem criado também um sentimento de inquietação quanto ao futuro de um grande país como é a Venezuela”, disse.

No entanto, o membro do governo português “verificou” que tem havido um aumento da procura de serviços consulares, nomeadamente a revalidação do Cartão de Cidadão, passaportes ou a obtenção de dupla nacionalidade, que “os serviços consulares e diplomáticos têm conseguido dar resposta”.

“Nós passamos de 2013 para 2014 e de 2014 para 2015, a um aumento, no caso de Caracas, de cerca de 10.000 atendimentos (anuais). Dez mil respostas a mais em relação àquilo que tinha vindo a ser um movimento até 2013. No ano que passou, 2015 nós registamos 95 mil atos consulares (nos consulados de Caracas e Valência) e nos primeiros quatro meses do ano registamos um aumento entre 1000 a 1500 novos atos consulares, comparativamente aos meses homólogos do ano 2015”, conclui.