Baltasar, o Grande
De Kirsten Sims (Orfeu Negro)
Baltasar é grande em tamanho e em talento. Como se lê logo à primeira página, é o melhor urso violinista do mundo. O problema é que o seu mundo é uma jaula do circo, e ele está sempre sozinho. Na estreia mundial de livros para crianças, a sul-africana Kirsten Sims escolhe um tema ativista — os animais em cativeiro — mas troca os moralismos pela ternura. Quase sem palavras e com paisagens ilustradas a aguarela, guache e tinta-da-china, a também designer constrói um universo próprio e mostra o que acontece quando Baltasar parte à procura do seu lugar no mundo.
Preço: 13,50€
Mana
De Joana Estrela (Planeta Tangerina)
Quem tem irmãos sabe como eles podem ser o melhor e o pior do mundo, ao mesmo tempo. Mana, o livro que marca a bela estreia de Joana Estrela no catálogo da Planeta Tangerina, mostra essa ambiguidade com um relato dirigido a uma irmã mais nova, e que aparece rabiscado aqui e ali porque não escapou às mãozinhas da pirralha. “Querida irmã, não sei bem de onde vieste, mas de certeza que és extraterrestre”, é só o primeiro mimo desta carta de amor onde se partilha tudo, até a varicela.
Preço: 12,50€
Tão Tão Grande
De Catarina Sobral (Orfeu Negro)
Catarina Sobral voltou a fazer das suas e escreveu aquilo que se pode chamar A Metamorfose de Kafka para crianças. No seu mais recente livro ilustrado, e depois de obras premiadas como O Meu Avô e Achimpa, a autora volta a piscar o olho aos autores contemporâneos com um protagonista que não acorda igual a uma barata, mas a um hipopótamo gigante. Sem sair do quarto, e com ilustrações a lápis de cera, Tão Tão Grande — que será apresentado dia 12 de junho na Feira do Livro de Lisboa — acompanha toda a perplexidade do seu protagonista quando percebe que tem um focinho que não cabe no espelho, patas que não cabem nas pantufas e até um bigode. Já o final não podia ser mais inesperado.
Preço: 13,50€
Arte Arte Muita Arte
De Marion Deuchars (Edicare)
Do sorriso da Mona Lisa à cor das latas de sopa de Andhy Warhol, este livro é para pintar enquanto se aprende sobre os grandes mestres e as grandes técnicas da arte. Pintar, na verdade, é pouco. Em Arte Arte Muita Arte não bastam as canetas de feltro ou os lápis de cera porque há misturas de cores para preparar, colagens para fazer e vários exercícios para puxar pela imaginação.
Preço: 15,95€
O Que Tem a Barriga da Mãe?
De Joana Lopes e Luís Belo (Editorial Presença)
É um mistério maior do que uma bola de futebol: O Que Tem a Barriga da Mãe? que era lisa e de repente está tão redonda? O protagonista da segunda obra da animadora Joana Lopes e do ilustrador Luís Belo — vencedores do Prémio de Literatura Infantil do Pingo Doce com De Onde Vêm as Bruxas — faz exatamente essa pergunta enquanto arrisca uma série de hipóteses: será que ela engoliu um aquário? Ou tem um rei na barriga, como na expressão que ouviu a avó dizer? Um livro ideal para arrumar de vez a história da cegonha e ler aos miúdos se vier outro bebé a caminho.
Preço: 11,90€
Este Livro Comeu o Meu Cão
De Richard Byrne (Booksmile)
As forças inverteram-se: depois de décadas em que o cão comeu os trabalhos de casa, desta vez foi um livro que comeu um cão. A culpa é da zona da lombada, que mais parece um buraco negro — com o livro aberto, nada passa da página da esquerda para a da direita, só desaparece. Primeiro é o cão da Rita, depois o amigo que se prontifica a ajudar e até a carrinha SOS. Motivo para dizer: cuidado, muito cuidado ao abrir esta história.
Preço: 12,99€
Imagem
De Arnaldo Antunes e Yara Kono (Planeta Tangerina)
Em 1990, Arnaldo Antunes publicou um poema chamado “Imagem” em que brincava com os vários sentidos da palavra “ver”. Atenta ao que escreveu o brasileiro, a Planeta Tangerina publica agora um livro em que o jogo é desdobrado nas ilustrações de Yara Kono. De um lado está um substantivo, do outro o verbo correspondente. Todos são sinónimos de ver, como “lê” (uma palavra), “contempla” (uma paisagem) ou “avista” (um vulto). Um exemplo da riqueza da língua portuguesa para admirar com todos os sentidos, já que para além das imagens sugeridas pelas palavras há ainda uma música que nasceu a partir do poema e que se pode ouvir através de um QR code impresso na contracapa.
Preço: 12,50€
Reis Procuram Príncipes
De Ana Kotowicz (Livros Horizonte)
Nesta história há reis e rainhas mas o “era uma vez” é um pouco diferente do habitual. Recorrendo a figuras tão conhecidas das histórias de encantar, em Reis Procuram Príncipes Ana Kotowicz aborda um tema que lhe é próximo. À espera do desfecho de um processo que abriu na Santa Casa da Misericórdia, a jornalista escreve sobre adoção e põe de pé um conto que apresenta uma forma diferente de construir uma família. As ilustrações são de Rita Correia e no Dia da Criança há lançamento na livraria Bertrand das Amoreiras, pelas 18h30, com várias atividades para os miúdos.
Preço: 11.90€
Cheguei Atrasado à Escola Porque…
De Davide Cali e Benjamin Chaud (Orfeu Negro)
Depois das desculpas para não fazer os trabalhos de casa, Davide Cali continua a pôr o seu sentido de humor ao serviço dos mandriões neste novo compêndio de justificações mirabolantes que é Cheguei Atrasado à Escola Porque… De um lado está uma professora inquisitiva a perguntar “porque chegaste atrasado esta manhã?”, do outro um aluno em falta que começa a desfiar as peripécias que lhe aconteceram a caminho da escola — das formigas gigantes que lhe roubaram o pequeno-almoço ao gorila colossal que confundiu o autocarro com uma banana. Problemas a sério, que põem as perturbações na linha do Metro a um canto.
Preço: 12€
Os Figos São Para Quem Passa
De João Gomes de Abreu e Bernardo P. Carvalho (Planeta Tangerina)
Com um urso e uma figueira escreve-se uma história de fortes, fracos e persistentes. Num tempo em que “tudo era de todos, ninguém pertencia a nada, nada pertencia a ninguém”, um urso decide plantar-se à espera que um figo — o seu fruto preferido — fique maduro. O problema é que ele não consegue guardá-lo 24 horas, e as peripécias que lhe vão acontecendo levantam uma série de questões mais profundas do que as raízes das árvores: afinal os figos são para quem passa? Ou para quem espera por eles? E quais sabem melhor? João Gomes de Abreu responde e Bernardo P. Carvalho pinta tudo com os seus verdes e laranjas.
