A chegada do outono traz sempre consigo aquele sabor a fim de verão e, por consequência a fim de férias, mas por outro lado há a vontade do regresso a casa, do começo de uma nova caminhada e do reencontro com a rotina. A proximidade do outono traz também outras coisas menos agradáveis, como é o caso das alergias. Os sintomas que muitos reconhecem e poucos apreciam anunciam uma fase mais aguda de alergias que, embora existam ao longo de todo o ano, se tornam mais exuberantes na primavera e no outono.

Alergias e a sua diversidade

Existem vários tipos de alergias, entre elas as alimentares, dermatológicas, causadas por insetos, as medicamentosas ou ainda as respiratórias. É precisamente sobre as últimas que este artigo se debruça. As alergias são uma resposta exagerada do sistema imunológico.

Quando ocorre uma determinada alergia, este identifica um alergénio, de forma errada, como um “invasor”. Para o combater, o corpo desenvolve uma resposta imunitária desadequada, semelhante àquela que ocorreria contra um invasor mais perigoso, como por exemplo, o vírus da constipação.
E como é que o sistema imunológico aciona a resposta aos invasores? Através de sintomas, como por exemplo, espirros, corrimento nasal, dor de cabeça, olhos lacrimejantes, entre outros.

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Além de ser possível herdar geneticamente as alergias, são muitos os fatores externos que as provocam, os chamados alergénios. Nada mais, nada menos, do que partículas que podem ser transportadas pelo ar. Além dos pólenes das árvores e dos pelos dos animais, as habitações também podem constituir uma causa para as alergias, através do bolor e dos ácaros (os chamados alergénios interiores).

No controlo está o ganho

Existem vários tipos de alergias. No que respeita às alergias respiratórias, os números falam por si. “A alergia afeta mais de 150 milhões de pessoas na Europa. De acordo com especialistas, uma em cada três crianças é alérgica e estima-se que, dentro de 10 anos, a doença afeta mais de 50% de todos os europeus”, segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).

6ª edição da Festa do Outono

Ainda à luz dos dados da Associação Portuguesa de Asmáticos (APA), são mais de dois milhões de residentes em Portugal com doenças alérgicas e, aproximadamente 25% da população tem queixas de rinite alérgica – a mais prevalente das doenças respiratórias – sendo que cerca de 10% tem asma.

Em boa verdade, são vários os métodos de tratamento que atuam de formas distintas consoante o tipo de alergia. Gotas para os olhos, anti-histamínicos, corticosteróides nasais, descongestionantes nasais, imunoterapia, injeções de imunoterapia são algumas opções que os médicos especialistas podem recomendar.
No que respeita a medidas não farmacológicas, as recomendações passam por evitar a exposição aos alergénios tanto quanto possível, bem como optar por alguns remédios caseiros, como a água do mar.

Alergias à distância de um clique

Recentemente, a APA recomendou a todos os doentes com rinite e asma, a utilização do “Diário da Alergia”, uma aplicação que permite manter um registo diário e pessoal sobre a doença alérgica e que ajuda na toma da medicação, dando indicações sobre o nível de controlo.

O download da aplicação é gratuito e está disponível no Google Play e na Apple Store. “Fácil de utilizar, permite a monitorização dos sintomas diários da rinite, conjuntivite alérgica e da asma, e o registo da toma de medicamento, de forma intuitiva na forma de uma escala, o que possibilita ao doente analisar como está a evoluir o tratamento e assim assumir o controlo da sua doença”, revelou na ocasião Mário Morais de Almeida, imunoalergologista e presidente da associação.
Caso o utilizador registe sintomas que sugiram que a rinite alérgica está descontrolada durante três dias seguidos ou mais, o diário irá alertá-lo para o caso de o doente querer partilhar essa informação com o seu médico. Além disso, é possível aceder a uma função de localização geográfica, permitindo alertar o doente para a existência de altas concentrações de pólenes ao qual seja alérgico, e que tenha registado previamente no seu perfil”, conclui.

A Rede Portuguesa de Aerobiologia é um serviço público gratuito disponibilizado pela SPAIC que, entre outros objetivos, disponibiliza diariamente o Boletim Polínico. Semanalmente, este Boletim divulga os pólenes clinicamente mais prevalentes, em Portugal Continental e Ilhas. Desta forma, os pacientes podem gerir as suas alergias e, neste caso, controlá-las melhor.

Para aceder a esta informação, basta entrar aqui.