As forças iraquianas, apoiadas pelos 60 países da coligação internacional contra o Estado Islâmico, iniciaram, na segunda-feira, uma vasta ofensiva, de leste para sul, para recuperar a segunda maior cidade do Iraque, situada no norte do país. Foi em Mossul, o último grande bastião do grupo extremista no Iraque, que o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi declarou a criação de um califado há dois anos.

Numa conferência de imprensa, Peter Cook, porta-voz do Pentágono, adiantou que “até agora, o primeiro dia decorreu como previsto“. Acrescentando que até “a meio do dia, as forças iraquianas tinham quase atingido o seu objetivo para o dia”, Cook explicou que os iraquianos vão lançar sete milhões de panfletos sobre a cidade nas próximas 48 horas, com conselhos dirigidos aos habitantes sobre a atitude a adotar para se protegerem dos combates.

“Em alguns casos, pode ser ficar em casa, porque isso pode ser mais seguro do que tentar abandonar a cidade”, declarou. Há cerca de 1,5 milhões de habitantes ainda em Mossul. A ONU teme uma deslocação maciça da população para fora da cidade e uma crise humanitária com centenas de milhares de refugiados.

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Cerca de 30 mil efetivos das forças federais iraquianas — exército, polícia e unidade contraterrorismo — estão envolvidos na operação. Conselheiros militares norte-americanos estão a ajudar as tropas iraquianas, mas o porta-voz do departamento de Defesa não quis precisar quantos deles estarão próximos dos combates ou se haverá soldados norte-americanos a entrar em Mossul, juntamente com as tropas iraquianas.

Os militares norte-americanos poderão, em todo o caso, aproximar-se suficientemente das linhas da frente para poderem guiar os ataques aéreos da coligação internacional, indicou Peter Cook. Encontram-se no Iraque mais de 4.800 soldados norte-americanos, limitados essencialmente a funções de aconselhamento, formação e equipamento do exército iraquiano, bem como funções logísticas.

Após o trauma da guerra no Iraque lançada em 2003 pelo então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e na qual morreram 3.500 soldados norte-americanos, o Presidente Barack Obama não quis que os militares do país participassem desta vez nos combates terrestres no Iraque.