Os estrangeiros que residem na China vão ser classificados como tipo A, tipo B ou tipo C, consoante as suas habilitações literárias e características profissionais. Trata-se de um novo sistema de regulação das autorizações de residência, que vem substituir a classificação em duas categorias — “trabalhadores estrangeiros” e “especialistas estrangeiros”.

Com este sistema, os estrangeiros classificados com o tipo A vão ser os mais beneficiados, já que são os que interessa ao governo chinês manter por perto. Os de tipo B também estarão confortáveis no país, apesar de poder haver um número limite imposto pelo governo. Já os de tipo C, como escreve o El País, ainda não sabem o que lhes pode acontecer, mas haverá limitações restritas à sua entrada e permanência no país. O que representa, então, ser classificado como tipo A, B ou C?

  • Tipo A: Os estrangeiros “criativos, destacados jovens talentos”, serão classificados com o tipo A, de acordo com o jornal oficial do Ministério dos Recursos Humanos e Segurança Social, citado pelo El País. Trata-se de um conjunto de gestores de topo, cientistas, profissionais das tecnologias, que sejam figuras proeminentes no mercado. Deverão ser mantidos por perto pelo governo chinês.
  • Tipo B: São os estrangeiros com formação superior que “podem cobrir uma necessidade de forma temporária, especialmente nas áreas técnicas e de gestão”, de acordo com o mesmo jornal oficial. Têm de ser no mínimo licenciados e ter dois anos de experiência laboral.
  • Tipo C: São o grupo menos qualificado e englobam todos os que não conseguem cumprir os parâmetros para serem classificados como A ou B. O jornal oficial descreve-os como “trabalhadores temporários, sazonais ou não qualificados e os do setor dos serviços”.

Os 600 mil estrangeiros residentes na China serão, de acordo com a nova legislação, avaliados numa escala de 0 a 100, através de seis parâmetros: o salário, as habilitações literárias, a experiência profissional na China, o nível de conhecimento do mandarim, a idade e o local de residência. Depois, quem tiver mais de 85 pontos é classificado como estrangeiro de tipo A; quem ficar entre os 60 e os 85 será do tipo B, e quem não conseguir mas de 60 ficará no tipo C. Segundo o El País, ter um salário mais elevado, dominar o mandarim, ter mais habilitações literárias e já ter alguns anos de experiência profissional naquele país deverão significar mais pontos. Serão beneficiados também os estrangeiros que vivam em zonas do país menos desenvolvidas.

O novo sistema está a deixar os estrangeiros que habitam na China muito preocupados, com medo de serem classificados com o nível B ou C e acabarem por ter de sair do país. Um professor de inglês que vive em Pequim, ouvido pelo jornal espanhol, confessou que espera ser avaliado pelo menos no grupo B. “Senão, temo que renovar o meu visto seja um inferno“. Apesar de dominar o mandarim e trabalhar há vários aos no país, aquele professor, que preferiu não se identificar, tem um salário relativamente baixo, vive na capital, e é licenciado. “Se me candidatar a um mestrado ou me mudar para outra província mais pobre posso melhorar a minha pontuação?”, questiona.

O novo método de classificação arrancou, primeiro, em nove províncias chinesas, alargando-se ao resto do país em março do próximo ano.

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