O início do julgamento do casal suspeito de ter assassinado o ex-deputado do CDS-PP/Madeira Carlos Morgado, em 2015, está agendado para esta quinta-feira no Tribunal da Comarca da Madeira.

O julgamento será feito com recurso a um tribunal de júri, que foi requerido pela defesa, uma situação que o presidente da Comarca da Madeira, Paulo Barreto, disse à agência Lusa ser “rara” no arquipélago, já que apenas ocorreu outras cinco vezes nas últimas três décadas.

Segundo a informação divulgada a 30 de maio deste ano pela Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), o casal (um homem de 33 anos e a mulher, de 25) foi acusado dos crimes de homicídio qualificado, por especial perversidade, roubo e profanação de cadáver.

A vítima, Carlos Morgado, era um professor reformado e ex-deputado regional, que estava dado oficialmente como desaparecido desde 1 de março de 2015, após o alerta dado pelos familiares.

Carlos Morgado residia no concelho da Ribeira Brava (zona oeste da Madeira) e o seu carro foi encontrado estacionado junto de uma das grandes superfícies comerciais do Funchal.

Ocupou o lugar de deputado na Assembleia Legislativa da Madeira em substituição de José Manuel Rodrigues – quando este foi eleito para a Assembleia da República -, passando a independente antes de deixar o parlamento regional, no final de 2012.

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De acordo com a acusação, terá sido atraído pelo casal de arguidos a uma residência no Funchal, local aonde foi manietado. “Com recurso à violência física”, acrescenta a acusação, os arguidos obtiveram o código do seu cartão multibanco, o que lhes “permitiu proceder a vários levantamentos da respetiva conta bancária”.

O Ministério Público refere também que o casal assassinou o ex-deputado por estrangulamento e “desmembrou o cadáver, a fim de retirar o corpo do local do crime”, que os arguidos enterraram num terreno baldio.

O corpo foi encontrado em novembro do ano passado, na freguesia do Imaculado Coração de Maria, num terreno junto a residências nos arredores do Funchal, indicaram fontes policiais envolvidas no caso na altura.
O casal está em prisão preventiva desde 28 de novembro.