As sondagens à boca das urnas apontam a vitória do socialista Rumen Radev — apoiado pela oposição e próximo de Vladimir Putin — nas Presidenciais búlgaras que se realizaram este domingo. O primeiro-ministro Boiko Borissov (conservador) já terá garantido que, perante este resultado, se irá demitir.

Três centros de sondagens dão a vitória nas Presidenciais ao antigo comandante da Força Áerea de 53 anos, que é considerado pela imprensa internacional como “amigo de Moscovo”, com uma margem entre 58,1% e 58,5%, enquanto a presidente do Parlamento e candidata apoiada pelo partido no Governo, Tsetska Tsatccheva, tem nas projeções entre 35,25% a 35,7%.

No último domingo, Radev tinha vencido de forma inesperada, com quase 26% dos votos, a primeira volta das presidenciais para escolher o quinto presidente da Bulgária desde a queda do comunismo, em 1989. Favorita nas primeiras sondagens, Tsacheva, de 58 anos, candidata do partido no governo, Cidadãos para o Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB), ficou em segundo lugar entre as duas dezenas de candidatos, com 22% dos votos.

Borisov tinha avisado que se Tsacheva não ganhasse as presidenciais, apresentaria a demissão da chefia do governo, cenário que faria cair a atual coligação no poder e levaria o país a eleições legislativas antecipadas. “Cabe às pessoas decidirem: se pretendem uma crise política, terão uma crise política”, afirmou o primeiro-ministro, no poder desde outubro de 2014, ao votar na capital búlgara.

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A eleição do chefe de Estado, um cargo essencialmente protocolar na Bulgária, não implica a formação de um novo executivo. Isto porque o sistema da Bulgária é parecido com o português: o presidente é o chefe de Estado, mas a chefia do Governo compete ao primeiro-ministro, que tem o poder executivo.

Candidato independente, mas apoiado pelos socialistas (PSB, ex-comunista), Radev é considerado próximo de Moscovo e defendeu o fim das sanções europeias contra a Rússia, considerando que “a Crimeia (península ucraniana anexada pela Rússia em 2014) é de facto russa”.

O novo chefe de Estado é eleito para um mandato de cinco anos e sucede a Rossen Plevneliev, saído do partido no poder, que se distinguiu pelas críticas ao Presidente russo, Vladimir Putin.