A Internet é um mar de informação — tanto da boa como da má — e por vezes não é fácil conseguir separar o trigo do joio. Podemos aplicar spray para segurar glitter nas pálpebras? Não. Pasta de dentes nas borbulhas? Não. Limão para aclarar manchas? Bem, nunca — a não ser que queira apanhar uma irritação grave ou, se apanhar sol, uma queimadura. As mezinhas caseiras podem ser boas aliadas na beleza, quando são realmente seguras, mas há muitas coisas que podem fazer mais mal do que bem. Tal como as gorduras, a exposição solar, a água muito quente, a vaselina… e muitas mais.

Já a pensar no que o frio faz à pele — secura extrema — reunimos algumas coisas que nunca, nunca deve fazer (nem em SOS) para não chegar ao fim do inverno em escamas.

Aplicar spray de cabelo no rosto

Há uns anos, corria o rumor de que as modelos aplicavam laca nas pernas para ocultar a celulite. Do mal ao menos, se se lembrar de alguma brincadeira com spray de cabelo que não seja no rosto porque spray não fixa a maquilhagem. Além de haver imensos produtos próprios para isso — e que até fazem bem, como os sprays termais — o que realmente vai acontecer é que a sua pele vai secar, os poros vão entupir e, se tiver azar, criar uma irritação séria.

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Usar os mesmos produtos o ano inteiro

Ser-se fiel a uma marca é dos maiores elogios na cosmética, está certo, mas mesmo assim pode-se ajustar os produtos ao ambiente que nos rodeia. Tal como usamos roupa fresca no verão e quente no inverno, a pele pede a mesma coisa e tem necessidades diferentes de estação para estação. Quando chega o inverno, começa a perder muita água e é impossível reter a sua hidratação natural devido às diferenças bruscas de temperatura. O que significa que os hidratantes devem ser mais gordos e cremosos. O que deve procurar nas embalagens são palavras como rich (rico) ou nourishing (nutritivo). A revista Marie Claire ressalva um esquema prático de estação para estação:

  • Inverno: o foco deve ser a hidratação com produtos ricos e gordos.
  • Primavera: altura para se fazer as famosas limpezas de primavera também na pele com produtos de limpeza e exfoliantes para reavivar a pele da secura do inverno.
  • Verão: o foco deve ser proteger a pele do sol, claro, mas também apostar em produtos antioxidantes porque têm propriedades protetoras. Nesta estação, os produtos devem ser mais leves porque há mais humidade no ar.
  • Outono: tal como na primavera, é altura de reparar os danos do verão com limpezas e exfoliações.

Fazer um peeling caseiro

E quem diz caseiro, também diz com produtos duvidosos comprados na internet. O melhor que pode fazer à sua pele depois do verão é mesmo levá-la ao spa. No ano passado, falámos de alguns tratamentos de rosto para se fazer antes do inverno e, entre eles, lá estava o peeling. É quase como se tirasse uma camada de pele — aquela que está envelhecida, baça, manchada e danificada pelo verão — e deixasse uma nova camada nascer. É fácil imaginar que esta ação de destruir parte da epiderme e da derme não pode ser levada na brincadeira. Já existem no mercado produtos que fazem uma leve ação de peeling (como o Cellular 3 Minute Peel de La Prairie), pelo que deve sempre procurar marcas credíveis e ingredientes cientificamente comprovados como seguros.

Acreditar em tudo o que se lê nos sites de “do it yourself”

As mezinhas caseiras, quando seguras, são fantásticas. Compressas de chá gelado nos olhos aliviam mesmo os papos, por exemplo. Mas há muita coisa que faz mais mal que bem. O site de beleza StyleCaster fala de algumas delas:

  • Limão: o sumo de limão tem um pH de 2, altamente ácid0 (o da nossa pele anda entre o 4,7 e 5,7 e o da água, por exemplo, é neutro, 7), e, quando aplicado na pele, além de irritante, vai perturbar o nosso manto lípidico natural. Também é fototóxico, o que significa que, quando exposto ao sol, pode provocar queimaduras.
  • Pasta de dentes: costuma ser associada a um SOS rápido, principalmente no acne. Na verdade, vai secar a borbulha, é certo, mas também toda a pele das zonas circundantes e, em casos mais graves ou em pele muito sensível, pode queimar quimicamente a pele, deixando cicatrizes escuras.
  • Vaselina: pode ser ótima para selar a humidade na pele extremamente seca, mas não é uma solução a longo prazo. A pele pode ficar suave no início mas, porque a vaselina sela a humidade, também sela a sujidade e detritos existentes na tez. É um bom SOS mas nunca um tratamento.
  • Água oxigenada: é boa para desinfetar feridas ou cortes mas nunca para tratar acne ou borbulhas. A natureza corrosiva dos agentes oxidantes existentes na água oxigenada podem queimar as borbulhas e a pele, o que resulta numa inflamação ainda maior.
  • Açúcar: muitos dos exfoliantes caseiros são feitos com açúcar, o que pode ser bom no corpo porque as pernas vão ficar suaves. Mas na pele do rosto, a textura dos grãos de açúcar é muito áspera e vai criar danos e envelhecer prematuramente a pele.

Usar os produtos na ordem errada

Se usa tudo aquilo que é suposto e tem a sua pele praticamente à prova de tudo — ou se leu a rotina de beleza das coreanas e ficou fã — não pode deitar tudo a perder ao usar os produtos sem uma ordem lógica. A chave para tirar o maior partido dos cosméticos num regime de tratamento é aplicar os produtos dos mais finos para os mais gordos ou consistentes. Assim, simplificando, depois da limpeza — com 1) óleo, 2) espuma e 3) tónico –, a ordem deve ser: primeiro sérum, depois creme de olhos, creme de tratamento (anti-manchas, anti-idade ou acne por exemplo) e, no fim, o hidratante para selar tudo o que aplicou anteriormente. Lembre-se que produtos mais gordos (e no inverno o hidratante deve ser bem gordo, como já explicámos) podem bloquear a penetração dos mais leves e devem ser, assim, aplicados no fim.