O PSD exigiu mais esclarecimentos do primeiro-ministro sobre a Caixa Geral de Depósitos, na sequência da confirmação de que António Domingues participou em reuniões com instâncias europeias para preparar a recapitalização do banco público quando ainda era quadro do BPI.

Mas a resposta veio para já do Ministério das Finanças, confirmando o que o secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Mourinho Félix, já tinha dito. Domingues esteve nas reuniões, mas estas foram sempre conduzidas por membros do Governo. As Finanças recordam que a participação de Domingues em conversas com a DG Comp (Concorrência europeia) e com o Banco Central Europeu “são há muito do conhecimento público“. Já tinham aliás sido referidas pelo próprio gestor na audição realizada no final de setembro na comissão parlamentar de inquérito.

A polémica voltou à arena política depois dos responsáveis da Comissão Europeia e do BCE terem confirmado, em resposta a deputados europeus do PSD, a presença de Domingues, a pedido do Governo, em reuniões preparatórias do aumento de capital da Caixa que se realizaram antes do então vice-presidente do BPI abandonar formalmente funções neste banco.

As Finanças justificam a presença de Domingues nestas reuniões com o argumento de que o ” Governo só podia nomear uma administração que apresentasse um plano com o qual concordasse e que fosse viável, desde logo junto das autoridades de concorrência europeias.”

Sublinhando também que as “reuniões foram fundamentais para a definição das condições iniciais do plano de negócios, em particular dos elementos de ausência de ajuda de Estado, e determinantes para o seu sucesso num curto espaço de tempo, que conduziu à sua aprovação em 23 de Agosto”.

O ministério tutelado por Mário Centeno realça ainda que a nomeação da administração da CGD foi “um elemento do processo de recapitalização e reestruturação” reafirmando a confiança na reforma que está “a empreender na CGD e na administração que escolheu, pelo seu profissionalismo, independência e idoneidade”. Assegura ainda que irá defender “todas as componentes do plano de capitalização, em particular a independência e as condições dadas ao conselho de administração para executar o plano de negócios”.

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