Donald Trump pode estar prestes a nomear o multimilionário Wilbur Ross como próximo secretário do Comércio norte-americano. A notícia está a ser avançada pelos principais órgãos de comunicação social dos Estados Unidos, que vão dando conta da duplicidade associada a Ross: os admiradores colaram-lhe o epíteto de “rei da bancarrota”, por salvar várias empresas caídas em desgraça; os críticos falam nele como um “abutre”. Com 78 anos, tem uma fortuna avaliada em 2.9 mil milhões de dólares.

De acordo com o The Washington Post, Wilbur Ross, visto como um protecionista, ajudou a definir a agenda económica da campanha de Donald Trump, influenciando decisivamente o candidato republicano a levar para a arena política a promessa de rasgar ou rever as regras de vários tratados comerciais.

Wilbur Ross construiu grande parte da sua fortuna comprando empresas em insolvência, seja no setor da siderurgia, nos combustíveis fósseis e, depois, no setor financeiro. A ligação de Ross a várias empresas e grupos económicos, de resto, pode ser um problema se o multimilionário vier a integrar a Administração Trump.

É precisamente isso que nota o site Politico. De acordo com aquele meio de comunicação social, as práticas empresariais de Wilbur Ross, algumas delas questionáveis, estarão sob os holofotes, assim o empresário aceite o cargo de secretário de Comércio. A menos que abdique de grande parte da sua participação em várias empresas, Ross enfrentaria claros e óbvios conflitos de interesse.

Existe ainda outro dado que pode jogar contra Ross, sobretudo no plano internacional: como lembra o Politico, Ross lucrou milhões de dólares com a crise da zona Euro. Em 2011, no pico da crise, Ross e o grupo de investigadores liderado pelo multimilionário fez um investimento de 1.5 mil milhões de dólares para salvar o Banco de Irlanda. Três anos depois, Ross venderia as suas ações por mais de 600 milhões de dólares. E este é apenas um exemplo. Resta saber se a nomeação vai ser mesmo confirmada por Trump.

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