A agência de rating S&P acredita que Mario Draghi irá anunciar mais um reforço dos estímulos monetários na próxima semana, para combater a subida dos juros mundiais após a vitória de Donald Trump. O mais provável, diz a agência, é que as compras de dívida pelo Banco Central Europeu (BCE) sejam prolongadas até ao final de 2017, já que o prazo atual termina em março.

“A alteração clara nos posicionamentos nos mercados de capitais desde as eleições presidenciais nos EUA, com os investidores a saírem das obrigações e a irem para as ações, levou a que as taxas de juro tenham subido de forma significativa, a nível mundial”, escreve o economista-chefe da S&P Jean-Michel Six, em relatório difundido esta quarta-feira.

O problema desta subida de juros, para a Europa, é que “a subida generalizada acontece numa altura em que as perspetivas de inflação na zona euro continuam deprimidas, o que coloca o BCE numa posição diferente da que estava antes das eleições nos EUA”.

A S&P recorda que antes da vitória de Donald Trump nos EUA já se falava, na Europa, de o BCE vir a reduzir o ritmo das compras mensais de dívida, ou seja, uma descontinuação dos estímulos monetários. “Mas o aumento recente das taxas de juro tem a aparência de um aperto prematuro das condições financeiras”. Ou seja, a S&P acredita que o BCE terá de recarregar a bazuca e reforçar os estímulos, para compensar esse efeito.

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