A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira um voto de repúdio apresentado pelo Bloco de Esquerda (BE) contra os recentes bombardeamentos e crimes praticados na cidade síria de Alepo, com o PCP a votar isoladamente contra.

Na declaração de voto que apresentou de seguida, deputados comunistas explicam que sempre condenaram “a guerra de agressão que se abateu sobre a Síria e o povo sírio, com o seu cotejo de hediondos crimes, brutais violações dos direitos humanos, morte, sofrimento e destruição” mas que não podem associar-se a “campanhas que visam branquear a agressão levada a cabo pelos Estados Unidos e seus aliados”.

O voto do Bloco de Esquerda, repudiando a violação de direitos humanos e os crimes contra as populações de Alepo pelas forças governamentais sírias, mereceu o apoio do PSD, PS, CDS-PP, “Os Verdes” e PAN (Pessoas-Animais-Natureza).

Só o PCP votou contra, e apresentou uma declaração de voto em que salienta que este partido, “desde o primeiro momento, denunciou e condenou a guerra de agressão que se abateu sobre a República Árabe Síria e o povo sírio, com o seu cotejo de hediondos crimes, brutais violações dos direitos humanos, morte, sofrimento e destruição”.

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Mas, explicam, “a corajosa resistência da Síria e do seu povo, exige, não a vergonhosa associação ou a conveniência com as campanhas que visam branquear a agressão levada a cabo pelos Estados Unidos e seus aliados, mas a solidariedade de todos os que defendem os direitos do povo sírio e a paz”.

Trata-se, escrevem, de uma “cruel guerra de agressão protagonizada por grupos armados, criados, pagos e apoiados pelos EUA, as grandes potências da União Europeia — como o Reino Unido e a França — e os seus aliados na região, como a Turquia, Israel, a Arábia Saudita ou o Catar”. E é por ser “solidário com a resistência da Síria” que o PCP diz que “não esconde, e por isso não é conivente, nem cúmplice, com os agressores e as suas monstruosas criações”.

Antes desta votação, mas por unanimidade, foi aprovado um voto apresentado pelo CDS-PP de condenação pelo atentado terrorista contra a comunidade cristã copta do Cairo”, no Egito.