A Iniciativa Europeia de Biomonitorização Humana (HBM4EU) foi lançada pela Comissão Europeia para analisar substâncias químicas que podem intoxicar os seres humanos. O programa, que arranca no início do próximo ano e dura até 2021, conta com um financiamento de 74 milhões de euros e com a participação de 100 investigadores de 26 países europeus, conta o El País.

Argelia Castaño, diretora do Centro Nacional de Saúde Ambiental, que vai liderar a delegação espanhola no projeto, explicou à mesma publicação que é preciso fazer uma avaliação do risco dos novos produtos de consumo antes de serem aprovados. Além da análise a substâncias isoladas, o programa também tem como objetivo analisar como é que a interação de diferentes substâncias pode ter impacto no ser humano.

“Quando os medicamentos são colocados no mercado, as avaliações [de risco] que se fazem acontecem em laboratórios que não são tão abrangentes quanto deveriam”, explicou Argelia Castaño, acrescentando que as das farmacêuticas, por exemplo, são realizadas em animais de laboratório, o que faz com que as estimativas das concentrações de químicos a que a população está exposta sejam imprecisas. “A biomonitorização humana serve para introduzir mais precisão na hora de estabelecer uma exposição real aos [agentes] contaminadores”, disse.

Na mira do programa estão nove substâncias, que estão presentes em objetos que consumimos quase todos os dias. A análise à sua presença no organismo humano vai basear-se em análises ao sangue, urina, da placenta, ao sangue do cordão umbilical e a algumas gorduras. Uma das substâncias visadas é o bisfenol, que está presente em embalagens de plástico, sejam garrafas de água ou biberões para bebés. Apesar de a União Europeia ter concluído em 2015 que não são perigosos para a saúde, há países que optaram por proibir esta substância.

Algumas das substâncias presentes nalguns produtos eletrónicos também vão ser analisadas. “Os efeitos dos produtos químicos sobre a saúde são evidentes, e está claro que é preciso exercer um controlo mais rigoroso”, disse Argelia Castaño, acrescentando que é preciso estudar os efeitos no longo prazo.

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