Emmanuel Macron subiu nas sondagens nas últimas semanas, suplantando o conservador François Fillon (envolvido num escândalo) na perseguição à candidata nacionalista Marine Le Pen, que lidera as intenções de voto à primeira volta. E, à medida que Macron subiu nas sondagens, subiram de tom os rumores de que o ex-ministro de Hollande tem um caso extra-marital com outro homem, concretamente Mathieu Gallet, presidente da Radio France.

Os rumores não são de hoje mas Macron decidiu confrontá-los publicamente esta semana, num discurso perante apoiantes da sua candidatura. “Eu sei quem sou, nunca tive nada a esconder”, afirmou Emmanuel Macron, candidato independente que ganhou notoriedade por ter sido ministro da Economia durante a presidência de Hollande e o governo de Manuel Valls.

“Ouço as pessoas dizerem que tenho uma vida secreta ou coisa do género. Não é bonito para a Brigitte [a sua mulher, muito mais velha que Emmanuel Macron e que é mãe de um dos amigos de juventude de Macron] e, tendo em conta que partilho todos os meus dias e noites com ela, ela pergunta-me como é que consigo ter um caso”, afirmou o candidato às eleições presidenciais francesas.

Macron acrescentou que “se vos disserem que levo uma vida dupla com o sr. Gallet, então é porque o meu holograma me escapou”, numa alusão à utilização de um holograma por parte de um candidato esquerdista, Jean-Luc Mélenchon, este fim de semana.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Agência noticiosa russa dá eco a supostos rumores sobre vida privada de Macron

Na segunda-feira, a agência noticiosa Sputnik News, controlada pelo Governo russo, escrevia que Macron podia não só ser um “agente norte-americano” com o objetivo de defender os interesses da indústria financeira dos EUA, por ter trabalhado para os negócios financeiros dos Rothschild. Além disso, um deputado do partido republicano, Nicolas Dhuicq, entrevistado pelo Sputnik News diz que Macron é um “xuxu” apoiado por um “lóbi gay influente”.

Dhuicq sublinhava que um dos financiadores da campanha de Macron é Pierre Berge, companheiro de Yves Saint-Laurent. “Há um lóbi gay muito forte muito rico que o apoia”, acusou o deputado conservador.

Esse deputado entrevistado pela agência Sputnik sublinhava como é “muito raro” alguém que nunca tenha sido eleito para um cargo público esteja a concorrer à Presidência. “Acho que o único objetivo é cumprir as suas ambições pessoais, já que ele não tem qualquer intenção de seguir carreira política caso perca” a corrida para os Campos Elísios. Já nessa entrevista se aludia a “detalhes controversos da sua vida pessoal que em breve serão conhecidos”.

O jovem Macron, que ainda não celebrou o 40º aniversário, é casado com uma mulher 24 anos mais velha, uma professora de Teatro e Literatura Francesa que é mãe de um amigo de juventude. Macron conheceu Brigitte Trogneux, na altura casada, quando tinha apenas 15 anos. Era colega de turma de um dos três filhos de Brigitte.

Os dois ter-se-ão apaixonado quando o jovem Macron, no 11º ano, convenceu a professora, que dirigia o clube de teatro da escola, a escreverem uma peça em conjunto. “Escrever em conjunto fez com que estivéssemos um com o outro todas as noites de sexta-feira e isso criou uma proximidade incrível”, afirmou Brigitte Trogneux, numa entrevista à Paris Match citada pelo The New York Times.

Possivelmente numa tentativa de acabar com a relação, os pais de Macron insistiram que este fosse para uma escola em Paris, a prestigiada Lycée Henri-IV, para fazer o 12º ano. Mas o jovem Emmanuel terá prometido que a relação não ia acabar: “Não vais livrar-te de mim. Eu vou voltar e vou casar contigo”, terá escrito. Macron manteve o contacto e acabou por anular as resistências de Brigitte, que na entrevista à Paris Match recordou que, na altura, pensou que se não formalizasse a relação com o jovem estaria a “deixar de aproveitar a vida se não fizer isto”. Dali a pouco tempo, a professora divorciou-se e os dois casaram em 2007.

Segundo uma sondagem divulgada na terça-feira, Macron segue à frente do republicano Fillon, por alguns pontos percentuais (23% contra 20%). Marine Le Pen tem 25% das intenções de voto à primeira volta. Só os dois mais votados passam à segunda volta, sendo provável nesta fase que a candidata nacionalista avance. Falta saber quem será o outro candidato que segue para a segunda volta.