Nem o lugar mais profundo da Terra, o fundo dos oceanos, escapa à poluição causada pela atividade humana. Um grupo de investigadores ingleses descobriu “níveis extraordinariamente altos” de contaminação nas profundezas dos oceanos, que se julgavam a “salvo”.

A poluição causada pela atividade humana é de tal ordem que chegou, facilmente, às fossas submarinas mais profundas, nomeadamente, ao abismo Challenger na fossa das Marianas — o lugar mais profundo da Terra — situado a 10.900 metros de profundidade — e à fossa de Kermadec — a 10.047 metros de profundidade –, ambos no Oceano Pacífico.

Um grupo de investigadores ingleses, da Universidade de Aberdeen, detetou “níveis extraordinariamente altos” de poluição nos oceanos e de substâncias químicas nos pequenos crustáceos (chamados anfípodas) que habitam as suas profundezas, em lugares a cerca de 7.000 quilómetros das zonas industriais mais próximas.

Seguimos pensado nas profundidades do oceano como um reino remoto e puro, a salvo do impacto humano, mas a nossa investigação mostra que, tristemente, isto não poderia ser mais incerto” assegura o investigador Alan Jamieson, citado pelo El Mundo.

Os crustáceos apresentam Compostos Orgânicos Persistentes (COP’s), alguns dos quais proibidos há décadas, mas cujas consequências ainda se fazem sentir. Os investigadores acreditam que os animais tenham sido contaminados através do contacto com o lixo (plástico) acumulado no fundo do oceano e por se alimentarem de outros animais contaminados mortos.

Os altos níveis de poluição detetados nas profundezas dos oceanos são comparados aos de Suruga Bay, uma das zonas industriais, do noroeste do Pacífico, mais contaminadas. Alam Jamieson garante que “tudo aquilo que se encontra no fundo do mar voltará à superfície algum dia, de outra forma” e que muita poluição marinha está logo à superfície.

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