Isabel dos Santos, filha do Presidente angolano, deverá deixar a presidência da empresa Sonangol ainda antes das eleições previstas para agosto, sufrágio que vai marcar o fim do ciclo político de José Eduardo dos Santos, de acordo com uma notícia avançada pelo Expresso, que cita um alto dirigente do MPLA.

A saída de cena da filha de José Eduardo dos Santos será uma forma de reduzir o crescente descontentamento em torno da família do Presidente angolano, que foi ocupando lugares estratégicos na economia daquele país.

Além de Isabel dos Santos, também Filomeno dos Santos, que gere o Fundo Soberano Angolano, e a deputada Tchizé dos Santos, que está na gestão do Canal 2 da Televisão Pública de Angola, igualmente filhos de José Eduardo Santos, deverão sair dos cargos que ocupam atualmente.

Recorde-se que a nomeação de Isabel dos Santos foi muito contestada desde o início. De resto, o Supremo Tribunal de Angola foi chamado a pronunciar-se depois de um grupo de mais de uma dezena de advogados ter interposto uma previdência cautelar para impedir a nomeação da mulher mais rica de África. O Supremo acabaria por rejeitar a providência cautelar, considerando que o facto de José Eduardo dos Santos ter nomeado a filha para liderar uma empresa pública não violava os princípios da Lei Fundamental angolana.

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Manifestação contra Isabel dos Santos na Sonangol

Segundo o mesmo Expresso, a nomeação de Isabel dos Santos causou desconforto dentro do próprio MPLA, que começa a ver a surgir, a espaços, alguns focos de contestação popular. A saída de José Eduardo dos Santos do poder, que deverá ser sucedido por João Lourenço, ministro da Defesa do atual Presidente angolano, significará uma nova fase na vida do partido.